PSD admite: «2012 vai ser mais difícil do que 2011» - TVI

PSD admite: «2012 vai ser mais difícil do que 2011»

Portugueses sentirão mais na pele a recessão do que este ano

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A previsão do Banco de Portugal de uma recessão de 2,2% em 2012 antecipa «um ano mais difícil para os portugueses do que 2011», incluindo em termos de emprego. Quem o admite é próprio o PSD, o partido do Governo. Já o PS diz que as estimativas só provam que é «errado» ir para além do que a troika exige.

«No último debate quinzenal, o primeiro-ministro já desvendou a ponta do véu quanto ao cenário macroeconómico para 2012 e disse que a previsão se situaria em redor de - 2,2 ou - 2,3%», lembrou o deputado social-democrata Miguel Frasquilho, no Parlamento. «Portanto, não será muito diferente daquilo que o Banco de Portugal projecta agora».

«A revisão em baixa do cenário para 2012» pelo Banco de Portugal tem por base uma projeção para as exportações «mais desfavorável devido ao abrandamento e à deterioração da conjuntura internacional, nomeadamente da conjuntura europeia», assinalou, citado pela Lusa.

«Nós esperamos que em 2013 não só o crescimento da economia como um todo será positivo como as exportações possam então aí também acelerar devido a uma melhor conjuntura europeia».

Segundo Miguel Frasquilho, o boletim económico do Banco de Portugal hoje divulgado «traduz com fidelidade o estado difícil que a economia portuguesa atravessa, é bastante rigoroso e dá uma noção de que as maiores dificuldades ainda estão para chegar».

O antigo secretário de Estado do Tesouro e Finanças disse que em 2012 vai ter de ser feito um ajustamento orçamental «muito exigente, muito duro» e vão ser realizadas «reformas estruturais para aumentar a competitividade da economia portuguesa, que terão efeitos positivos de médio prazo».

Portanto,« o ano de 2012 será, como o Banco de Portugal prevê e o Governo também já admitiu, será mais difícil para os portugueses do que 2011, em que a recessão será mais sentida e também será mais difícil em termos de emprego e de desemprego».

Executivo sai «credibilizado» destas projecções

Do CDS-PP surge a ressalva de que as projecções do BdP estão em linha com as do Governo, o que, alega, credibiliza o executivo. Elas revelam «a conjuntura que tem vindo a confirmar-se de arrefecimento da economia no plano internacional».

«Estando a recuperação económica assente nas exportações, esta conjuntura atenua um pouco o ritmo da recuperação. Era sabido que 2012 ia ser o ano de maior esforço ao nível da consolidação orçamental e estes dados estão no sentido dos dados do Governo», disse o deputado do CDS-PP João Almeida.

Espera-se agora que o cenário macroeconómico a definir pelo Governo no âmbito do Orçamento do Estado para 2012 «seja também coerente com estes dados». «Teremos então uma alteração relativamente ao passado, já que o Governo do PS tinha sempre os dados macroeconómicos completamente desfasado de todas as instituições internacionais. Isso não tem acontecido agora e, portanto, essa coerência será também um factor acrescido de credibilidade».
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