PT: maior desafio no Brasil é acelerar banda larga - TVI

PT: maior desafio no Brasil é acelerar banda larga

Zeinal Bava

Presidente da operadora portuguesa diz que em Portugal, «rede é 100 vezes mais veloz», enquanto no Brasil cerca de 90% dos utulizadores tem no máximo uma velocidade de 1 megabit no acesso à Internet

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Com a aquisição de uma participação na empresa brasileira Oi, a PT pretende dar mais velocidade ao ramo das telecomunicações no Brasil. Um dos maiores desafios que a operadora portuguesa será melhorar a qualidade da conexão da banda larga.

É este o objectivo do presidente da PT, Zeinal Baval que, numa entrevista publicada pela revista «Veja», lembrou que actualmente cerca de 90% dos utilizadores brasileiros de banda larga tem no máximo uma velocidade de 1 megabit no acesso à Internet.

«Em Portugal, a rede é 100 vezes mais veloz. Todas as escolas públicas (portuguesas) tem uma conexão de 64 megabits por segundo».

Zeinal Bava sublinhou o potencial de crescimento do mercado brasileiro, ao dizer que o sector é «um dos mais competitivos do mundo», com a adição de mais de 50 milhões de utilizadores nos últimos anos.

«O Brasil tem condições únicas. O país terá 35% das residências com TV paga em cinco anos. A banda larga móvel pode facilmente ultrapassar 30% da população - hoje ela chega a apenas um por cento».

Esta é uma parceria «de longo prazo, não um simples investimento financeiro. Vamos pôr toda nossa reconhecida competência nessa área para aperfeiçoar a Oi. Já demonstrámos que temos capacidade para isso».

O presidente salientou que a Oi «era a única opção possível» para a PT permanecer no Brasil, depois de aceitar vender a participação que detinha na Vivo à Telefónica.

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Com o acordo para adquirir uma participação de 22,4 por cento na Oi, a Telefónica já é passado, numa venda que resultou num «óptimo valor» para a fatia que a PT detinha na Vivo.

«Costumo dizer que o processo começou com uma terapia de choque e acabou com uma terapia do cheque», resumiu Zeinal Bava, citado pela agência Lusa. Isto porque a proposta espanhola aumentou de 5 mil milhões de euros para 7,5 mil milhões de euros.

Zeinal Bava acrescentou que não interessava ao Governo português que a PT se tornasse «pequena demais» ao vender a sua participação na Vivo aos espanhóis.

«O sucesso da [PT] pelo peso que ela tem na economia portuguesa, também é visto como sucesso do Governo e do país. Além disso, em nosso sector, manter a escala é factor essencial».

A aliança com a Oi «solucionou essa questão do ponto de vista do Governo português, mas isso só foi possível porque tivemos muito sangue-frio».

Aliás, as negociações só chegaram a um «desfecho em tempo recorde» graças às «boas relações» entre o Brasil e Portugal.

Questionado sobre a participação do presidente Lula da Silva na negociação, o presidente da PT disse que, mesmo que soubesse, «não poderia dar essa informação».

«Seria indelicadeza. Se porventura, houve outras ajudas, ficamos muito agradecidos». Zeinal Bava reconheceu que a «influência do Estado atinge todas as empresas de telecomunicações».
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