PT rejeita oferta da Telefónica. Vem aí uma OPA? - TVI

PT rejeita oferta da Telefónica. Vem aí uma OPA?

Telefónica tentou comprar posição que PT detém na Vivo. Zeinal Bava rejeitou e diz que brasileira é «pilar fundamental». Analistas garantem que OPA sobre a PT é o cenário mais provável

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A Portugal Telecom recebeu uma oferta para vender a sua posição na Vivo aos espanhóis da Telefónica por 5,7 mil milhões de euros. Mas a administração da PT já rejeitou claramente a oferta. Até porque vender a Vivo era «amputar o futuro da PT».

A operadora espanhola propôs a compra dos 50% que a operadora nacional detém na maior operadora móvel do Brasil. A PT diz assim «não» a quase 6 milhões de euros.

«A Vivo é um activo essencial para a estratégia da PT e a venda dessa participação iria contra as perspectivas de crescimento a longo prazo» da operadora, justifica a PT em comunicado.

Zeinal Bava considera, por isso, que vender a vivo era amputar o futuro da Portugal Telecom, ainda que a oferta da Telefónica mais do que duplique o actual valor de mercado da maior operadora móvel do Brasil.

Esta decisão acabou por penalizar fortemente os títulos da operadora espanhola que perderam mais de 3,92%. Já a Portugal Telecom avançou 5,85%.

O mercado especula quanto a cenários possíveis. O Credit Suisse e o UBS são unânimes em considerar que, depois desta rejeição, um dos cenários em aberto é a Telefónica lançar uma OPA sobre a totalidade da Portugal Telecom.

Governo só fala se for pedida opinião

A imprensa económica que cita o Crédit Suisse deixa também duas «saídas»: aumentar a oferta pela Vivo ou lançar uma OPA à PT. Recorde-se que a Telefónica é dona de 10% do capital da operadora nacional.

Eventual controlo da Vivo garantiria «mercado fiel»

Mas um analista do sector no Brasil garante que um eventual controlo da Vivo pela Telefónica garantiria um «mercado fiel» à empresa, com a integração entre as operações fixa e móvel da operadora espanhola no Brasil.

Sílvio Paixão, professor da Fipecafi, uma das mais importantes escolas de negócios de São Paulo, salientou que o crescimento económico tem transformado a população brasileira de baixo poder de compra numa grande consumidora de «serviços de telefonia».

Oferta é «excessiva» para Telefónica

Assim, dentro de uma estratégia corporativa, «poder unificar operações de telefonia fixa e móvel» no Brasil, representa fidelizar «esses utilizadores e ter um mercado cativo por muitos anos», disse o responsável citado pela Lusa.

A Vivo é a maior operadora móvel, no Brasil, com 53,9 milhões de utilizadores. Tem uma quota de 30,12% do mercado, seguida pela mexicana Claro (25,45%) e pela TIM (23,65%).
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