PT: resultados surpreenderam com números «sólidos» - TVI

PT: resultados surpreenderam com números «sólidos»

Zeinal Bava, foto Lusa

Contas do primeiro semestre da operadora portuguesa superaram expectativas. Analistas dizem que resultados destacam uma PT «impressionante» sobretudo no mercado residencial e apesar do ambiente macroeconómico adverso

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A Portugal Telecom pregou uma rasteira às previsões dos analistas que apontavam para uma descida dos lucros da operadora. A PT alcançou um resultado líquido de 264,5 milhões de euros no primeiro semestre, mais 3,1% face ao mesmo período do ano passado. Os analistas ficaram surpreendidos e quiseram destacar os números «sólidos» da empresa que não foi contagiada pela conjuntura macroeconómica adversa.

«Um conjunto sólido de números, apesar da fraca envolvência macro», sublinhou o analista do ING Georgios Ierodiaconou, numa nota de reacção, citada pela agência Lusa. Mais: «O momentum da PT no mercado residencial continua impressionante».

Esta opinião é partilhada por Pedro Oliveira, analista do BPI, que também aponta para um «conjunto forte de resultados, com o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações acima das previsões». O EBITDA alcançou os 1.297 milhões de euros na primeira metade do ano, mais 8,9% do que no final do primeiro semestre do ano passado.

Lucro da PT sobe 3,1% para 264,5 milhões

Até «na frente doméstica os resultados superaram as expectativas, nomeadamente na TMN». Este analista destacou também o bom desempenho do negócio móvel no mercado português.

Já os analistas do Nomura consideram que o EBITDA foi melhor do que o esperado (1.281 milhões de euros), por estar «suportado pelo forte crescimento orgânico já reportado pela Vivo há duas semanas e, também, pela sólida fotografia doméstica do móvel».

Quanto ao lucro obtido, muito acima do consenso do mercado, o Nomura explicou que se deve sobretudo a «uma grande provisão de impostos».

Resultados são «positivos mesmo sem a Vivo»

Já o analista do suíço UBS Keval Khiroya sublinhou os «sólidos resultados» e acrescentou que, mesmo sem a Vivo, o EBITDA teria ficado 2,5% acima do esperado pelo mercado.

«Pensamos que os resultados vão ser levados em conta positivamente, sobretudo no contexto da recente fragilidade na cotação das acções. Porém, alguns poderão questionar a sustentabilidade da queda nos custos comerciais no móvel».

Extraordinários de 64 milhões foram decisivos?

«O resultado líquido de 164 milhões de euros [em termos trimestrais, 264,5 milhões de euros no semestre] inclui resultados extraordinários (24 milhões de euros provenientes da reestruturação da Africatel e 40 milhões de euros de ganhos cambiais)». Esta poderá ser a grande explicação para os lucros da PT, segundo os analistas do Barclays Capital, numa nota de análise citada pela mesma agência.

Números que «deverão ser bem recebidos, apesar de cerca de metade da boa surpresa ser oriunda da Vivo, que será desconsolidada no final do ano (devido à venda da fatia da PT à Telefónica)», realçam os analistas da casa de investimento francesa Oddo Securities.

Estes responsáveis esperavam que o negócio doméstico pudesse ter começado a mostrar sinais de «sofrimento pela implementação das medidas de austeridade em Portugal» e, por isso, também ficaram surpreendidos com o crescimento da empresa no mercado português.

O analista do JP Morgan Daniel Morris apontou para «o móvel doméstico um pouco macio». Mas frisou que «a tendência de crescimento das receitas piorou».

As acções da PT seguem a valorizar a esta hora 0,43% para os 8,56 euros.

[Notícia actualizada às 11h41]
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