Reestruturação da dívida afastaria país dos mercados - TVI

Reestruturação da dívida afastaria país dos mercados

Faria de Oliveira, CGD

Faria de Oliveira sublinha que «romper com compromissos internacionais seria não só uma desonra e uma vergonha» como penalizaria Portugal «durante décadas»

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O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, considera que, caso Portugal peça uma reestruturação da dívida, de maior ou menor dimensão, poderá ficar afastado dos mercados durante décadas.

«Solicitar uma reestruturação da dívida, com hair cuts [cortes] mais ou menos elevados, provocaria uma penalização séria de ativos e afastar-nos-ia dos mercados porventura por décadas», afirmou o responsável na quarta-feira, num evento em Lisboa à porta fechada para os jornalistas.

Esta quinta-feira, a APB disponibilizou no seu portal o discurso de Faria de Oliveira, no qual se lê que uma eventual reestruturação da dívida soberana portuguesa constituiria, segundo Faria de Oliveira, «um revés grande e com elevados custos para a área do euro».

O presidente da APB reforçou que «romper com compromissos internacionais assumidos (...) seria não só uma desonra e uma vergonha» como penalizaria Portugal «durante décadas da utilização normal dos mercados».

Por isso, de acordo com Faria de Oliveira, rasgar o acordo com a troika «está fora de causa».

Segundo o banqueiro, resta a Portugal «executar o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, procurando obter, na medida do possível, graus de flexibilidade e de ajustamentos e/ou complementos aos acordos atuais».

Faria de Oliveira admitiu que a execução do Orçamento de Estado para 2013 «é muito difícil e de risco», devido ao cenário macroeconómico de base poder ser otimista, e por fazer incidir o ajustamento na carga fiscal que, na opinião do responsável, «pode estar a atingir o limite social e economicamente comportável pelas famílias e empresas e cuja sustentabilidade suscita interrogações, como parece demonstrar o já mau desempenho das receitas fiscais».
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