RTP: nova medição de audiências serve interesse de Relvas - TVI

RTP: nova medição de audiências serve interesse de Relvas

RTP

Bloco de Esquerda acusa novo serviço de medição de audiências no canal público de tv como «desastroso»

O BE exigiu esta terça-feira explicações do Governo sobre o serviço de medição de audiências na RTP, considerando que está a ser «desastroso» e que «estranhamente pode servir as propostas do ministro Miguel Relvas de vender» um dos canais.

«Desde o dia 1 de março que nós temos em Portugal um novo sistema para medir as audiências que tem sido considerado desastroso porque diz-nos coisas absurdas, diz-nos que houve um jogo do Benfica que ninguém esteve a ver durante vinte minutos, diz que há casas que não têm televisão por cabo em que as pessoas estão a ver programas de cabo, diz que há pessoas que estão a ver programas que nem sequer estão a ser transmitidos», disse aos jornalistas no Parlamento a deputada do BE Catarina Martins, citada pela Lusa.

A deputada bloquista anunciou a apresentação de uma pergunta ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que tem a tutela da comunicação social, sobre o novo contrato assinado com a GfK para medição de audiências na RTP e um requerimento à Entidade Reguladora para a Comunicação Social para que faça uma auditoria aos painéis audiométricos usados pela empresa.

As audiências da RTP caíram de forma significativa após o começo das novas medições, passando de um share de 19,7 por cento no dia 1 de março e de 27,2 no dia seguinte para 13,9 aquando da estreia da GfK. A TVI obteve a liderança, segundo dados divulgados no sábado, nos 23,9, com a SIC imediatamente atrás, nos 21,7 por cento e a RTP 2 sem desvios de maior.

A deputada do BE referiu que «o que se conhece é que esta empresa ficou em último lugar exatamente nos critérios técnicos e terá sido mesmo chumbada pela comissão técnica e depois, não se sabe como, ficou com o contrato» e defendeu que é preciso «clarificação» sobre «o que está o Governo a fazer para corrigir esta situação que atenta contra o serviço público».

«Prejudica [o serviço público de televisão] porque lhe retira receitas e pode vir a prejudicar no futuro, mas pode servir, estranhamente, as propostas do ministro Miguel Relvas de vender a RTP, porque é uma forma de desvalorizar o serviço público e de desvalorizar a empresa».

Catarina Martins criticou ainda as declarações do ministro Miguel Relvas, que hoje considerou que o serviço público «não é refém das audiências mas sim condicionado pela qualidade» e frisou que a empresa GfK, que mede as audiências televisivas, «tem credibilidade no mercado» e a RTP «tem é que continuar com o caminho seguido».
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