RTP: plano reduz transferência do Estado para metade - TVI

RTP: plano reduz transferência do Estado para metade

Presidente do canal sublinhou que verba anual passará para 150 milhões de euros por ano

O presidente da RTP, Guilherme Costa, afirmou esta segunda-feira que a aplicação do plano de sustentabilidade económica e financeira da RTP implica uma redução de metade do valor que o Estado transfere, para 150 milhões de euros por ano.

Guilherme Costa, que falava na conferência de imprensa de apresentação do plano, na sede da RTP, em Lisboa, afirmou que «com o que se pretende agora [com a aplicação do plano de sustentabilidade], é obrigação da RTP dar lucro todos os anos e receber 150 milhões de euros».

Durante o encontro, Guilherme Costa apresentou os três eixos em que assenta o plano de reestruturação da RTP - que apelidou de três «R»: Reduzir as ineficiências remanescentes; Reconfiguração da atividade e serviços e Reestruturação financeira.

Neste último eixo, Guilherme Costa salientou que a RTP necessita de reduzir os custos para valores na ordem dos 185 milhões de euros em 2013, altura em que estará a receber do Estado 150 milhões de euros.

Dos 185 milhões de euros, a maior parte respeita a custos operacionais e os restantes cinco milhões são custos financeiros.

«Como vamos conseguir isto?», questionou Guilherme Costa, recordando que no final deste ano o nível estrutural de custos da RTP será na «ordem dos 260 milhões de euros». Este valor é estrutural, «não contabilístico», o que significa que «há uma série de medidas que só produzirão os seus efeitos no fim do ano».

Assim, se forem retirados 20 milhões de euros de ineficiências, mais a alienação do canal generalista que, segundo Guilherme Costa, produzirá «poupanças mínimas» de 40 milhões de euros, os custos ficam na barreira dos 200 milhões de euros.

Se a este montante juntarmos, adiantou, a redução da responsabilidade direta das obrigações específicas do serviço público, que são serviços que a RTP presta ao Estado mas não tem diretamente a ver com a sua actividade - cooperação, atividades de «host broadcasting», a cobertura geográfica no interior do país, «que é muito mais alargada que qualquer outro operador privado» -, os custos descem para 180 milhões de euros.

Estes custos operacionais de 180 milhões de euros terão de ser cobertos com os «150 milhões de fundos públicos correntes estruturais», mais os «10 milhões que o Estado nos entregará para essas obrigações específicas que não são atividade de media na verdadeira aceção da palavra».

Além disso, «teremos de ter proveitos comerciais na ordem mínima dos 30 milhões de euros para que possamos chegar a receitas de 190 milhões de euros (...) e termos margem de manobra», acrescentou.

Segundo Guilherme Costa, com os capitais próprios equilibrados, a empresa deve sentir-se obrigada a «apresentar todos anos resultados líquidos positivos».

Será, concluiu o gestor, «um trabalho extremamente difícil».
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