Salão automóvel de Genebra marcado pela crise - TVI

Salão automóvel de Genebra marcado pela crise

Salão estará aberto até 18 de março

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A situação de crise na Europa está no centro das preocupações das marcas de automóveis presentes no Salão de Genebra, um dos maiores do mundo e que estará aberto até 18 de março.

Os especialistas referem que, perante o declínio de vendas na zona euro devido à crise, as marcas europeias continuam com um quase insaciável apetite pelos mercados dos países emergentes.

A federação alemã da indústria (VDA), com uma forte componente da indústria automóvel, começou logo por definir o tom no Salão Automóvel de Genebra: «A crise da dívida pública em alguns países da União Europeia fará com que o mercado de automóveis na Europa Ocidental possa recuar 5 por cento para 12,1 milhões de unidades», disse o presidente da VDA, Matthias von Wissmann.

A nível mundial, por outro lado, o crescimento da indústria automóvel deve continuar a crescer a um ritmo de 4 por cento, segundo a VDA, devido ao dinamismo de mercados como os Estados Unidos, a China, bem como o Japão.

O primeiro construtor europeu, a alemã Volkswagen, foi bem mais cauteloso sobre as perspetivas de crescimento. O grupo espera, no entanto, ultrapassar este ano o resultado recorde alcançado em 2011, segundo o presidente da VW, Martin Winterkorn.

«A Europa deve certamente ser avaliada de uma forma crítica», não a Alemanha que continua a mostrar um crescimento moderado, «mas sim os países do Sul da Europa» envolvidos na dívida pública, acrescentou.

A japonesa Toyota também está pessimista sobre o mercado da Europa Ocidental, prevendo igualmete uma diminuição de 5 por cento este ano.

«Estamos muito cautelosos porque acreditamos que existe uma grave crise de confiança dos clientes europeus», disse o responsável para a Europa da Toyota, Didier Leroy, adiantando que a «a situação é pior do que o esperado em janeiro e fevereiro».

O número um do mundo, a General Motors (GM), vê sinais positivos mas apenas para a América do Norte, já que «o mercado automobilístico tem respondido bem» e as pessoas que compraram carros em 2005, 2006 e 2007 estão a preparar-se para substituir seu veículo, refere o vice-presidente da GM, Stephen Girsky.

No entanto, a opinião de Stephen Girsky é igual a outros fabricantes sobre as perspetivas da Europa: «O ambiente económico continua difícil, mas existem alguns sinais positivos vindos da Rússia».

Para o presidente da Fiat e da Chrysler, Sergio Marchionne, o ano de 2012 parece «muito difícil» para o setor e acrescentou repetidamente um problema de excesso de capacidade da indústria europeia em mais de 20 por cento.
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