Schäuble ao lado do BCE na compra ilimitada de dívida - TVI

Schäuble ao lado do BCE na compra ilimitada de dívida

Ministro das Finanças alemão

Já o banco central alemão tem criticado política de Mario Draghi

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O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, defendeu esta sexta-feira a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar ilimitadamente dívida pública dos países do euro mais vulneráveis no mercado secundário.

Em declarações à emissora pública Deutschlandfunk, o ministro de Merkel disse que a fixação de um limite pelo banco central para a compra de dívida seria um «convite aos especuladores», cita a Lusa.

Schäuble disse ainda que o BCE age de forma independente e cumpriu muito bem o seu mandato nos últimos 10 anos.

Em entrevista ao matutino alemão «Sueddeutsche Zeitung», o presidente do BCE, Mario Draghi, defendeu também a política da instituição que dirige.

Uma política que tem sido precisamente muito criticada, nos últimos tempos, por alguns políticos alemães, sobretudo depois da decisão anunciada na semana passada de comprar dívida pública de países do euro a cumprir programas de ajustamento no mercado secundário, para os proteger da alta dos juros.

Draghi disse que a desconfiança de muitos alemães dificulta o seu trabalho e prontificou-se a dar esclarecimentos no parlamento alemão, se for solicitado a fazê-lo.

Lamentou também as diferenças opiniões com o Bundesbank (Banco Central Alemão) e com o seu presidente, Jens Weidmann, quando à compra de dívida pública dos países membros.

«Seria bom se pudessemos cooperar sempre com o Bundesbank, mas atualmente temos divergências sobre a forma de superar a crise», admitiu o banqueiro italiano, remetendo as críticas germânicas para a história deste país, marcada pelo receio da inflação.

Esclareceu também que o BCE só comprará só comprará dívida pública de países «que cumpram condições rigorosas», para manter o controlo sobre os riscos desta operação.

Sem um tal programa de compra de dívida soberana, porém, os países em crise da zona euro «arriscam-se a entrar num círculo vicioso, de que não conseguirão libertar-me mesmo com uma boa política económica».

Os alemães que criticam o presidente do BCE receiam, sobretudo, que os contribuintes germânicos tenham de suportar encargos muito elevados, caso países como a Espanha ou a Itália não consigam financiar as suas dívidas públicas.

Na entrevista ao Sueddeutsche Zeitung, Draghi apelou também aos países sob resgate a não abrandarem a sua política de reformas estruturais, vincando que «ainda há muito que faze, e recusou o pedido da Grécia para depor no BCE parte da sua dívida pública, no valor de 40 mil milhões de euros.
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