Situação do BES afeta imagem de Portugal no estrangeiro - TVI

Situação do BES afeta imagem de Portugal no estrangeiro

Ricardo Salgado, BES (Lusa/EPA)

Imagem do mercado financeiro português pode ficar comprometida, apesar das agências de rating estarem a subir a cotação nacional, defende analista

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O analista da Dif Broker Pedro Lino considerou esta quinta-feira que a situação vivida no Banco Espírito Santo (BES) prejudica a imagem do mercado financeiro português no estrangeiro, apesar das agências de rating estarem a subir a cotação nacional.

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«Apesar das agências de rating estarem a subir a notação, acho que (a situação no BES) prejudica a imagem do mercado financeiro e dos títulos que estão no PSI20 e até de empresas familiares porque são situações extremamente anómalas», explicou à agência Lusa o analista financeiro Pedro Lino.

O BES fechou o primeiro semestre com um rácio de capital de 5%, abaixo do mínimo fixado pelo Banco de Portugal, segundo as contas do banco divulgadas na quarta-feira.

O banco divulgou as contas do primeiro semestre, anunciando prejuízos históricos de 3.577,3 milhões de euros, tendo o Banco de Portugal considerado existirem indícios «de atos de gestão gravemente prejudiciais» e admitido consequências contraordenacionais e até criminais para a ex-equipa de gestão liderada por Ricardo Salgado.

Para Pedro Lino, o facto de terem existido «eventualmente algumas atuações menos legais» que, segundo Vitor Bento, serão comunicadas às autoridades competentes, afeta a imagem de todas as empresas cotadas.

«Uma situação deste tipo numa empresa cotada - chegou a ser o maior banco em termos de capitalização bolsista em abril deste ano -, afeta a imagem de todas as outras empresas», frisou o analista.

Pedro Lina afastou a possibilidade de o banco poder fechar portas, já que a administração da instituição bancária revelou existirem propostas dos atuais acionistas e de novas instituições para participar de «forma significativa» no capital do BES.

«Isto significa que qualquer aumento de capital a ser efetuado - seja de 2.500 milhões, de 3.000 milhões ou 4 mil milhões de euros - irá ser subscrito na sua integralidade por privados», defendeu.

«Nesta fase, a não ser que se descubram mais problemas, a solução vai ser estritamente privada, o que é bastante positivo», considerou Pedro Lino.
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