O presidente da Opway, Filipe Soares Franco, considerou hoje que o adiamento das obras públicas e o aumento de impostos são medidas inevitáveis no actual contexto da economia para dar uma «castanhada» no défice.
«É a única maneira que temos de facto de dar uma castanhada a sério no défice e pormos o pais rapidamente equilibrado para poder crescer», disse à agência Lusa o também presidente da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP).
Soares Franco falava à margem da «business week» do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
O primeiro ministro, José Sócrates, admitiu na semana passada, em Bruxelas, adiar grandes investimentos públicos como o novo aeroporto e a terceira travessia do Tejo para reduzir o défice este ano para 7,3 por cento.
Sobre este adiamento, Soares Franco considerou que «nesta altura específica, e durante um período determinado até as condições de mercado estabilizarem», é uma boa medida.
«Mais uma vez a economia e o país foram atacadas pela empresas de 'rating' e obviamente que alteraram substancialmente as condições de financiamento da economia portuguesa e dos grandes projectos», disse.
Agora, acrescentou, é «evidente» que Portugal vai passar «por um período de apertar o cinto com medidas fiscais, e eventualmente até laborais, que vão ser duras e difíceis de aceitar e vai haver muita contenção no investimento».
Para o presidente da Opway, o país não pode, no entanto, esquecer que «sem investimento a economia não cresce, não cria emprego e não sai da crise».
Relativamente ao adiamento da terceira travessia, Soares Franco entende que poderá haver alternativas para que o TGV entre em Lisboa pela ponte 25 de Abril.
Soares Franco: Adiamento de Obras Públicas é inevitável
- Redação
- MD
- 10 mai 2010, 13:12
Presidente da Opway e da ANEOP compreende ainda aumento de impostos
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