State Grid não quer controlo da REN - TVI

State Grid não quer controlo da REN

REN

Chinesa diz que pretende ficar na empresa portuguesa a longo prazo

Os chineses da State Grid consideram que pagamento ao Estado de 287 milhões de euros por 25% do capital da REN «não foi caro» se houver uma perspetiva de investimento a longo prazo. E garante que não quer o controlo da empresa.

Fonte oficial da empresa chinesa afirmou que era preciso «um preço razoável para ser um acionista de longo prazo», pelo que se a State Grid «ficar na REN cinco, dez ou vinte anos, a opinião sobre se é barato ou caro é completamente diferente».

A mesma fonte disse estar «confortável» com a posição de 25% da Redes Energéticas Nacionais (REN) e que não procuram «o controlo da empresa, mas sim ser um investidor estratégico que quer ajudar a REN a crescer melhor e mais rápido».

O gestor da State Grid disse que ainda conhece mal os restantes acionistas da empresa portuguesa já que não puderam contactá-los diretamente durante o processo de privatização.

Os chineses da State Grid e os árabes da Oman Oil Company formalizaram na quarta-feira, numa cerimónia em Lisboa e com a presença de três ministros, Vítor Gaspar (Finanças), Álvaro Santos Pereira (Economia) e Paulo Portas (Negócios Estrangeiros), a aquisição de 40% da REN, com a assinatura dos respetivos contratos de promessa de compra e venda.

Com o primeiro formalismo, o Estado recebeu uma primeira tranche de até 160 milhões de euros, de um total de 592,21 milhões de euros, o que representa um prémio de 150 milhões face ao preço do mercado.

Os chineses, que adquirem uma participação de 25% da gestora das redes energéticas, e os árabes, que compram 15%, celebraram também acordos de parceria estratégica com a REN.

A empresa chinesa pagou 2,9 euros por ação, ou seja, um prémio de 40% face à cotação do dia anterior à apresentação das propostas (dia 19 de janeiro), que estava em 2,072 euros, perfazendo 287,15 milhões de euros, enquanto a Oman Oil Company pagou 2,56 euros por ação, o que representa um prémio de 23,6%, no total de 205,06 milhões de euros.

Após esta fase de privatização, o Estado fica ainda na posse de 11,1% dos títulos da REN, que o Governo pretende dispersar em bolsa quando as condições de mercado melhorarem.

Financiamento é prioridade

Os chineses afirmam que a prioridade da sua estratégia para o próximo ano é dotar a empresa portuguesa de refinanciamento adequado para os projetos futuros.

Fonte oficial da State Grid, o maior operador mundial em redes de distribuição de eletricidade, diz que os objetivos prioritários para a REN passa por «discutir o refinanciamento da empresa durante o próximo ano, preencher os requisitos para poder investir e identificar os mercados chave».

A mesma fonte adiantou que o financiamento da dívida «é um desafio para a próxima administração», mas que podem contar com a State Grid, já que não «é grande preocupação» para uma empresa que «investe mais de 35 mil milhões de euros por ano».

Para o gestor da empresa chinesa, o acordo com a REN «é muito ambicioso» e ambos identificaram «alguns negócios», apostando principalmente em Moçambique, Angola e Brasil.

A State Grid confirma que o financiamento de mais de mil milhões à REN «está assegurado através do China Development Bank», mas convida outros bancos, nacionais e internacionais a juntar-se ao projeto: «Gostaríamos que outros bancos se juntassem a nós, mas atualmente alguns estão com dificuldades de liquidez».
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