Supervisor europeu: Banco de Portugal não perde poderes - TVI

Supervisor europeu: Banco de Portugal não perde poderes

Governador diz que haverá um partilha das funções com nova agência europeia, criada no seio do BCE

O Banco de Portugal (BdP) «não vai perder nem vai ganhar» poderes de supervisão com a união bancária europeia, disse o governador da instituição, Carlos Costa, depois de os ministros das Finanças da União Europeia.

«Queria corrigir um título de jornal a dizer que o BdP ia perder supervisão sobre seis bancos [portugueses]. O BdP não vai perder nem ganhar, vai participar numa estrutura integrada a nível europeu de supervisão, onde condicionamos o que nos condicionava e passamos a ser condicionados onde não o éramos», disse Carlos Costa numa cerimónia de apresentação de uma conferência sobre a organização e gestão do setor público.

«Quando se partilha, um dá e um recebe. Aceitamos partilhar a supervisão, mas beneficiamos da participação num processo de supervisão único no plano europeu», acrescentou o governador. «Para o sistema bancário, a união bancária é uma boa notícia. Para as empresas, é uma boa notícia. Para a Europa, é uma boa notícia», cita a Lusa.

De acordo com as regras acordadas pelos ministros das Finanças, o novo supervisor fiscalizará cerca de 200 bancos a nível europeu ( Portugal queria que fossem todos), dos quais seis em Portugal: CGD, BPI, BCP, BES, Santander Totta e Banif.

«A criação da união bancária é muito importante para economias como a portuguesa, vítimas da fragmentação do mercado único e da união monetária», disse Carlos Costa, garantindo que os custos de financiamento das empresas portuguesas passarão a estar menos influenciados pelo «contágio» da crise da dívida soberana.

«O que se espera desta decisão é que, a prazo, o financiamento das empresas em Portugal ou em Itália não esteja associado a risco soberano», disse o governador do BdP.
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