Terça-feira mascarada de Carnaval - TVI

Terça-feira mascarada de Carnaval

País esteve a meio gás. Funcionários públicos acabaram mesmo por ser dos poucos a trabalhar

A lista de empresas que deu tolerância de ponto nesta terça-feira de Carnaval é longa: EDP, REN, AutoEuropa, Sonae, Zon Multimédia são apenas algumas. E um dos maiores empregadores de Lisboa, a Câmara Municipal, também decidiu dar feriado aos seus funcionários, à semelhança da autarquia do Porto.

A tolerância foi anunciada por António Costa há já algumas semanas, mas mesmo assim apanhou alguns cidadãos desprevenidos. Já na saúde, o retrato é diferente: em Sete Rios, os centro de saúde teve a agenda de consultas completa: quem meteu folga foram os utentes.

O certo é que o facto de o Governo não ter concedido este ano tolerância de ponto à função pública no Carnaval não impediu que metade do país parasse.

Os funcionários do Estado acabaram mesmo por ser dos poucos a trabalhar, numa terça-feira mascarada de fim de semana.

Mas mesmo no setor público, das 278 autarquias, a larga maioria (64%) concedeu tolerância. Só 36% chamaram os funcionários a trabalhar. Mesmo das 121 câmaras dominadas pelos partidos do Governo (PSD e CDS-PP), 59% decidiram dar folga aos trabalhadores.

Banca fechada e transportes a meio gás

Também o Banco de Portugal (BdP) não seguiu a decisão do Governo e apenas os serviços fundamentais estiveram a funcionar. O acordo de empresa do banco central estabelece que a instituição deve observar a terça-feira de Carnaval, e é o que fará.

Também o acordo coletivo de trabalho do sector bancário prevê este dia como feriado, por isso, a banca está de folga: BES, BCP, BPI, Santander Totta e Banif, entre outros, estão fechados.

À semelhança do que acontece no BdP, as empresas de transportes públicos, como a CP ou o Metro de Lisboa, têm também o Carnaval como feriado nos acordos de empresa, e o serviço fica reduzido.

Empresas públicas e privadas param

RTP, TAP, ANA e CTT, entre muitas outras empresas públicas, têm também Acordos de Empresa ou acordos coletivos de trabalho e, quem não tem folga, tem direito a receber horas extraordinárias ou é depois compensado com horas livres.

Empresas privadas como a EDP, Galp, Microsoft e REN também dão tolerância de ponto.

Apenas nos setores onde o trabalho aos fins de semana e feriados é prática corrente (como a restauração, turismo e comércio), se trabalhará normalmente. Mesmo assim, empresas de grande distribuição, como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) ou a Sonae (Continente), encaram o dia como feriado.

Até empresa do presidente da CIP fechou

A própria empresa Metalúrgica Luso-Italiana, liderada pelo presidente da Confederação Industrial Portugal (CIP), António Saraiva, esteve encerrada, uma vez que o contrato coletivo do setor consagra esta data como feriado.

Mas há também algumas exceções. Por exemplo, a PT e a Vodafone funcionaram normalmente.

Na política, deu-se o exemplo: o primeiro-ministro, o Presidente da República e os deputados tiveram também um dia cheio... de trabalho.

O ministro da Economia diz que a culpa de o país estar a meio gás é dos acordos coletivos e não pode responder por empresas nem pelas autarquias.
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