Toyota responde a clientes que a acusam de «tentativa de homicídio»

Dois clientes da Toyota ameaçam levar a empresa a tribunal por «tentativa de homicídio». Em causa estão veículos de mudanças automáticas, consideradas pelos clientes como autênticas «roletas russas».

Esta segunda-feira, a Toyota Portugal enviou um esclarecimento às redacções «repudiando as acusações» a que foi sujeita, especificando os casos em questão e adiantando que «até à data» não recebeu «qualquer intimidação judicial destes clientes».

No primeiro caso, Daniel Estevâo, filho de Arminda Estêvão, dona de um Toyota Corolla de 2005 com mudanças automáticas que «passou de quase zero para mais de cem quilómetros à hora», quer processar a empresa por esta «ter consciência do que se passava e andar a brincar com a vida dos seus clientes», como disse à Lusa o queixoso.

Já em comunicado, a fabricante de automóveis confirma o acidente e explica que «um técnico Toyota averiguou no local todos os detalhes e efectuou testes preliminares», tendo depois, «nas instalações do concessionário Toyota, Caetano Auto Lisboa, sido realizada uma inspecção mais detalhada ao sistema electrónico da viatura».

A conclusão foi de que «no momento do embate (a 16 km/h), a D. Arminda não tinha accionado o pedal do travão. Seguiu-se um relatório técnico intensivo nas nossas instalações à travagem e às suspensões da viatura, confirmando-se o funcionamento correcto dos mesmos, pelo que concluímos que o sinistro não resultou de qualquer falha do Corolla, conforme transmitimos no momento ao filho da Cliente».

«Refira-se que os Corolla de 2005 não estão incluídos na Campanha do Pedal do Acelerador», adianta a empresa no mesmo comunicado.

«Repudiamos a acusação de que em nome da Toyota foram enviados SMS intimidatórios ou qualquer outro tipo de comunicação nestes termos, pelo que estamos veemente interessados em esclarecer este assunto».

Já sobre o segundo caso, «o acidente ocorrido em Setembro com a Sr.ª Dª. Sandra Leal, do qual tivemos primeiramente conhecimento pela Comunicação Social, em Novembro, muito agradecemos que, conforme os vários pedidos já formulados e sem resposta, a mesma disponibilize a viatura para testes».

«Por fim, informamos que até à data e apesar dos casos terem vários meses e das várias acusações na Imprensa, continuamos sem receber qualquer intimação judicial destes clientes», conclui a Toyota.