Valadares e Finex Tech juntas à frente da ACT

Uma centena de trabalhadores da Cerâmica de Valadares (Gaia) e da têxtil Finex Tech (Maia) concentraram-se esta sexta-feira frente à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), no Porto, para verem esclarecidas questões relacionadas com a situação de lay-off.

Cerâmica de Valadares

Cerca de 20 trabalhadores com suspensão temporária dos contratos de trabalho da Cerâmica de Valadares encontram-se desde as 10:00 no local, na avenida da Boavista, aguardando pelo fim do encontro entre administradores da empresa, responsáveis da ACT e uma delegação de trabalhadores e representantes do sindicato do setor, indica a Lusa.

Em causa estão alegadas irregularidades no uso do dinheiro entregue pela Segurança Social à empresa para pagamento dos salários dos trabalhadores em lay-off.

Desde a semana passada que estes trabalhadores (com salários e subsídios de férias em atraso) mantêm trancas à porta da cerâmica durante o horário laboral (das 08:00 às 17:00), impedindo a entrada e a saída de viaturas e pessoas.

O salário de julho para os cerca de 200 funcionários em lay-off já foi entregue pela Segurança Social à administração da empresa, mas o dinheiro ainda não chegou às mãos dos trabalhadores, que afirmam que foi utilizado para pagar aos restantes trabalhadores.

Finex Tech

Quanto aos cerca de 70 trabalhadores da empresa de vestuário Finex Tech, que iniciaram o dia com uma concentração junto à Casa da Música, de onde se deslocaram a pé até à ACT, pretendem, segundo o presidente do Sindicato do Vestuário, Domingos Pinto, «saber qual o montante que a empresa recebeu de apoios do Governo».

De acordo com o sindicalista, a administração da Finex Tech terá preparado uma «insolvência premeditada para fugir aos dois milhões de euros que teria que pagar aos trabalhadores».

Domingos Pinto adiantou ainda que deveria ser recebido esta manhã pelos responsáveis da ACT.

Em lay-off até 19 de setembro, os 110 funcionários da empresa de origem finlandesa Finex Tech regressaram de férias a 16 de agosto, mas não lhes foram abertas as portas da empresa.

Numa carta enviada aos trabalhadores a 13 de julho, a administração diz ter decidido apresentar a empresa à insolvência, devido à deterioração da situação económica e financeira, mas esta não terá ainda sido aceite pelo tribunal.