CDS exige conhecer medidas para evitar sanções, PSD não quer lutas - TVI

CDS exige conhecer medidas para evitar sanções, PSD não quer lutas

  • Redação
  • VC - Atualizada às 13:35
  • 6 jun 2016, 13:28

Líder parlamentar, Nuno Magalhães, recusa passar um "cheque em branco" ao Governo de António Costa. Por isso, deixa repto ao primeiro-ministro: "Trabalhe mais e fale menos". Já o líder do PSD, Passos Coelho diz que este assunto é "uma falsa questão"

O CDS-PP recusa passar um "cheque em branco" ao Governo de António Costa e, por isso, exigiu esta segunda-feira conhecer quais são as "medidas concretas" que vai tomar para evitar as possíveis sanções com que a Comissão Europeia está a ameaçar Portugal por causa do incumprimento do défice de 2015. Já o PSD recusa entrar em lutas contra as instituições europeias por um assunto que é "uma falsa questão". 

Da parte do CDS, o líder parlamentar, Nuno Magalhães, tocou logo no assunto na abertura das jornadas parlamentares do partido, que tiveram início hoje na ilha do Faial, nos Açores, insistindo que o seu partido "é contra" a aplicação de eventuais sanções, mas defendendo que o Governo tem de fazer alguma coisa para evitar as possíveis consequências de uma penalização (perder fundos comunitários e ser multado).

"Não basta o doutor António Costa pedir um cheque em branco sem dizer ao parlamento português aquilo que está a fazer na União Europeia, aquilo que fez no sentido de tornar as nossas contas mais credíveis, mais aceitáveis, mais transparentes, para que possamos avaliar aquilo que foi a atuação do Governo".

Magalhães deixou, por isso, o repto ao primeiro-ministro: "Fica aqui o repto, trabalhe mais e fale menos e sobretudo apresente ao parlamento português aquilo que fez para evitar essas sanções". "Será da responsabilidade deste Governo e por incompetência deste Governo, que essas sanções serão aplicadas", atirou ainda.

Quanto ao PSD, Pedro Passos Coelho, considera "não há nenhuma razão" para Portugal ser sancionado pela União Europeia. "A questão das eventuais sanções a Portugal é uma falsa questão", disse aos jornalistas, à margem de uma visita à Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

Para o líder da oposição, a questão em causa, que diz respeito ao passado, "não tem nada a ver com um discurso que começa a germinar dentro da maioria que apoia este Governo, que é um discurso antieuropeu".

"Não contarão connosco com certeza para ser o bode expiatório das medidas que têm de apresentar e aprovar para convencer as entidades europeias de que o propósito do novo Governo, do país, é cumprir com as suas obrigações"

Quanto ao futuro, só se o Governo "não vier a cumprir", o que o partido espera que aconteça, é que poderá haver lugar a sanções. "Cabe ao Governo convencer as instituições europeias de que os propósitos que enunciou, seja para contas públicas seja para o ajustamento estrutural do país, é atingível, é alcançável".

Durante o congresso do PS no fim de semana, e embalado pela intervenção do presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, que é contra as sanções, António Costa endureceu o tom contra a ameaça da União Europeia. Agradeceu também a Marcelo a defesa do país e propôs que a Assembleia da República aprove mesmo uma resolução com a intenção de Bruxelas. 

Hoje, França também se mostrou contrária às sanções e garantiu que será "indulgente" com o Portugal e também com Espanha perante a Comissão Europeia. Esse apoio pode é não ser inocente.

As Jornadas Parlamentares do CDS, que vão decorrer nas ilhas Faial, Pico e São Jorge, começaram com algum atraso em relação à hora prevista, devido a atrasos e cancelamentos de voos provocados pelo mau tempo que se faz sentir no arquipélago e que impediu mesmo que alguns deputados da Assembleia da República e da Assembleia Legislativa da Madeira chegassem à cidade da Horta a tempo da sessão de abertura, adianta a Lusa.

Para Artur Lima, líder do CDS/Açores, o mau tempo acabou por revelar aos deputados do seu partido a dificuldade que é viver numa região insular, e também a importância que as acessibilidades têm numa região arquipelágica.

   

          

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