Retificativo: poupança nos juros tapa «buracos» - TVI

Retificativo: poupança nos juros tapa «buracos»

Vítor Gaspar

Governo usa algumas alterações contabilísticas para compensar necessidades adicionais de financiamento

O Governo compensa as necessidades adicionais de financiamento previstas no orçamento retificativo para este ano, aprovado já em Conselho de Ministros e enviado ao Parlamento, com uma série de mudanças contabilísticas, como a poupança com juros do empréstimo da troika, que já tinham sido decididas em Bruxelas.

Para colmatar as mudanças no cenário macroeconómico, operações financeiras adicionais e a inclusão dos fundos de pensões da banca, o Governo irá inscrever a receita com o leilão da quarta geração móvel (272 milhões de euros) concluído em janeiro.

A maior poupança vem mesmo da redução das despesas com juros e outros encargos, 684 milhões de euros, que devem chegar de várias rúbricas. Entre elas está a decisão em Bruxelas de reduzir a margem dos empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (só aqui o Governo espera poupar pelo menos 490 milhões), mas também dos juros com Bilhetes do Tesouro (15 milhões), assim como nos certificados de aforro e certificados do tesouro (84 milhões) e «poupanças com outras aplicações de tesouraria».

Esta poupança deve-se em parte ao alargamento dos prazos dos BT relativamente à programação inicial. O Governo já fez duas emissões de BT a um ano e anunciou esta quinta-feira uma emissão a 18 meses (quanto mais longos os prazos, menor a taxa de juro a pagar).

A restante parcela da poupança será proveniente da dedução da cativação da Segurança Social, em 29 milhões de euros, e ainda da dedução parcial da cativação de reserva em cada programa no Orçamento do Estado, em 110 milhões de euros.
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