Não se pode "medir o que o país pode ou não fazer pelas agências de rating" - TVI

Não se pode "medir o que o país pode ou não fazer pelas agências de rating"

  • PP
  • 16 set 2017, 12:49
Catarina Martins

Coordenadora do BE, Catarina Martins, assegurou que o partido não fará as negociações do Orçamento do Estado para 2018 tendo em conta as posições das agências de notação

A coordenadora do BE, Catarina Martins, assegurou hoje que o partido não fará as negociações do Orçamento do Estado tendo em conta as posições das agências de 'rating', mas sim para prosseguir um "trabalho equilibrado de recuperação de rendimentos".

Durante uma ação de pré-campanha no mercado de Tires, concelho de Cascais, Catarina Martins foi de novo questionada sobre a decisão da subida do 'rating' de Portugal por parte da Standard and Poor's (S&P), conhecida na sexta-feira.

As agências de 'rating' são um instrumento especulativo e portanto nós não faremos as negociações do OE2018 tendo em conta o que dizem as agências de 'rating', mas sim tendo em conta prosseguir um trabalho equilibrado de recuperação de rendimentos de salários, pensões, proteção dos serviços públicos, combate à precariedade porque é só isso que poderá dar crescimento económico", respondeu.

Para a líder do BE, não se pode "medir o que o país pode ou não fazer pelas agências de rating".

Sobre se o BE vai levar o argumento do alívio em relação à dívida pública resultante desta saída do "lixo" para a mesa das negociações orçamentais, Catarina Martins considerou que "todos os alívios são conjunturalmente importantes", mas o problema "é estrutural e tem que ser resolvido".

Nós continuamos a ver os níveis da dívida pública muito elevados e sabemos que não as agências que vão resolver esse problema do dia para a noite", referiu.

Catarina Martins reiterou a posição que já tinha avançado na sexta-feira, numa primeira posição sobre esta subida de 'rating'.

"É bom ler o relatório das agencias de rating com atenção até porque têm sempre dado os conselhos errados ao nosso país e é por nós termos feito o contrário que a economia começou a reagir e hoje é considerada inevitavelmente mais forte", explicou.

Sobre o aviso do primeiro-ministro, António Costa, que em entrevista ao DN defendeu que todos estão cientes que é preciso "continuar a ter rigor nas contas públicas", a líder bloquista foi perentória: "o rigor para o BE não é um problema, nunca foi. Nós queremos rigor nas contas públicas".

"Falta de rigor foi o que fez a direita quando fez cortes temporários e queriam que eles fossem permanentes, foram PPP´s, foram privatizações a preço de saldo", criticou.

Para Catarina Martins, rigor nas contas públicas "será uma recuperação de rendimentos do trabalho, orçamentar os serviços públicos com as verbas que precisam ou combater os contratos as energéticas".

Catarina Martins pede respeito pelos professores e que “não se mudem regras a meio” 

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou, entretanto, que "é essencial que os professores sejam respeitados" e que "não se mudem regras a meio do caminho", insistindo na prioridade de vinculação dos docentes contratados.

Estamos a acompanhar [a situação dos professores] com preocupação. Como sabem o BE tem como prioridade a vinculação dos professores contratados. As escolas todos os anos precisam de mais 11 mil professores do que aquilo que têm, ou seja, têm contratos precários quando podiam ter contrato efetivo", respondeu Catarina Martins aos jornalistas, durante uma ação de pré-campanha do BE no Mercado de Tires, Cascais.

De acordo com a líder bloquista, "há problemas com a vinculação que foi feita, de um número ainda reduzido de professores", sendo "essencial que os professores sejam respeitados e que não se mudem regras a meio do caminho".

"Houve algum problema com a falta de compreensão entre as regras do concurso e as regras que o sistema tem tido. Esses problemas devem ser resolvidos. Ouvimos já o ministério a ceder em parte para resolver esse problema, dizendo que fará um concurso outra vez no próximo ano", referiu.

O Ministério da Educação anunciou sexta-feira um concurso excecional de mobilidade interna em 2018 para os professores que este ano se sentiram lesados com a sua colocação poderem "corrigir as preferências que fizeram este ano".

Catarina Martins espera que Governo e sindicatos "continuem a conversar e que cheguem às melhores soluções".

Um país que sabe que a educação é tão necessária, seguramente sabe que tem que ter uma boa relação com os seus professores", avisou.

Na sexta-feira à noite, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, falou aos jornalistas depois de reuniões com sindicatos para discutir os problemas decorrentes do concurso de mobilidade interna que levaram muitos docentes a contestar a sua colocação.

Sobre a justificação da opção de não ter levado este ano, ao contrário do que vinha sendo prática na última década, os horários incompletos pedidos pelas escolas a concurso na mobilidade interna, Alexandra Leitão disse que teve "a ver com a circunstância de colocar os professores mais graduados, mais antigos, naquilo que são as componentes letivas completas, portanto, aproveitar as suas capacidades ao máximo", sublinhando que esta decisão não pôs em causa a colocação atempada de todos os professores nas escolas a tempo do arranque do ano.

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