CaixaBank com "luz verde" para lançar OPA sobre ações do BPI - TVI

CaixaBank com "luz verde" para lançar OPA sobre ações do BPI

  • Redação
  • VF (atualizada às 20:12)
  • 18 abr 2016, 19:02

Banco espanhol pretende comprar cada ação do BPI por 1,113 euros, valor considerado "justo" pelo presidente executivo do CaixaBank.

O CaixaBank obteve a "luz verde" da CMVM para lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as ações do BPI que ainda não controla, oferecendo um preço de 1,113 euros por ação no anúncio preliminar da operação.

Esta oferta do banco catalão, que controla 44,1% do Banco BPI, tem um valor total de 906,5 milhões de euros e está condicionada à eliminação do atual limite dos seus direitos de voto, ou seja, o BPI é avaliado em 1,6 mil milhões de euros.

Além disso, a OPA só avança caso o oferente consiga comprar mais de 50% do capital do BPI, conforme se lê no anúncio disponibilizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

Esta foi a reação do CaixaBank ao falhanço das negociações com a Santoro Finance controlada pela empresária Isabel dos Santos, para resolver o problema da elevada exposição do banco português a Angola, assumido no domingo pelo Banco BPI.

O presidente executivo do Caixabank considerou um valor "justo" os 1,113 euros que a instituição oferece por cada ação na OPA lançada sobre o BPI. Gortázar realçou que a direção do Caixabank "tem confiança na operação" e que, desta vez, "funcionará". "A OPA é a melhor solução" para o BPI, salientou.

No ano passado, o CaixaBank lançou uma OPA sobre o BPI, que acabou falhada por não ter sido conseguida a desblindagem dos direitos de voto, condição considerada essencial para a operação avançar. Nessa altura, o banco espanhol ofereceu 1,329 euros por cada ação, o que valorizava o banco português em perto de 1,9 mil milhões de euros.

O anúncio da OPA surge um dia depois de o banco português ter avisado o mercado de que tinha ficado sem efeito um princípio de acordo entre o Caixabank e o segundo maior acionista do banco, os angolanos da Santoro Finance, sobre o controlo da instituição portuguesa. O princípio de acordo, anunciado a 10 de abril, visava resolver o problema da elevada exposição do banco português a Angola.

O presidente do Conselho de Administração do BPI, Artur Santos Silva, lamentou que as negociações entre o CaixaBank e a Santoro tenham terminado sem acordo e responsabilizou a passagem da supervisão do banco para o Banco Central Europeu.

António Costa disse que o Governo aprovou um diploma que prevê a revisão das restrições dos diretos de voto nas instituições financeiras e disse esperar que a supervisão europeia compreenda que o BPI reduzirá brevemente a exposição a Angola.

Apesar de o Banco de Fomento Angola (BFA) ter representado no ano passado mais de 50% do lucro do BPI, ou seja, 135,7 milhões de euros de um total de 236,4 milhões, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou em 2014 a alteração da forma de contabilização dos bancos europeus com negócios em Angola, penalizando o capital.

O BPI passou então a ter de reduzir a sua exposição àquele país, mas isso fez vir ao de cima as divergências entre o Caixabank, o principal acionista do BPI - com 44,10% do capital social, apesar de só poder exercer 20% dos votos - e a Santoro, da empresária angolana Isabel dos Santos, que detém 18,58% do capital.

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