Bruxelas: «Zona Euro não está em crise»

O comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, garante que não se vive uma crise na Zona Euro, mas apenas em alguns países. E para o provar, acrescentou que a resolução da crise já está a ter efeitos no crescimento económico da Europa.

«Não é correcto falar de uma crise do euro ou da união monetária. Esta é uma crise de certos Estados-membros, com um potencial de ramificações económicas graves no resto da Zona Euro», explicou Olli Rehn, citado pela Lusa, numa conferência do Banco Central austríaco, em Viena, um discurso disponível no portal da União Europeia na Internet.

Dois problemas para resolver

O responsável afirmou ainda que os programas conjuntos entre a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional «permitiram conter a crise da dívida soberana» nos três países que recorreram à ajuda externa - Grécia, Irlanda e Portugal.

Para Olli Rehn, a actual crise é o resultado de uma crise da dívida soberana em conjugação com as fragilidades do sector bancário, pelo que têm de ser resolvidos os dois problemas «em paralelo».

Ao mesmo tempo que a Europa resolve estes problemas - com «consolidação orçamental», nova «arquitectura de regulação e supervisão financeira» e «profunda reforma da governação económica» - está a fazer «processos significativos», com destaque para o crescimento económico.

«O maior progresso é a recuperação económica que estamos a assistir na grande maioria dos Estados-Membros. Não tenho dúvidas de que, com perseverança e determinação, venceremos também os outros desafios».

Recessão ensombra optimismo

De acordo com o Boletim de Primavera da Comissão Europeia (CE), publicado a 13 de Maio, Portugal e a Grécia deverão ser os únicos países a sofrer uma recessão económica este ano, com quedas de 3,5% e 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A Irlanda deverá conseguir passar da queda de 1% em 2010 para um crescimento de 0,6% este ano.

E, no ano que vem, Portugal deverá ser mesmo o único país europeu a estar em recessão, com uma perda de riqueza de 1,8%.