A Conferência de Líderes parece não ter sido suficiente para apaziguar ânimos entre Governo e a oposição à direita. O primeiro debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017, com o ministro das Finanças, Mário Centeno, e a sua equipa, fica marcado pelo início atrasado e por duas interpelações iniciais do PSD e CDS-PP.
Primeiro António Leitão Amaro, deputado do PSD, diz que os "dados, em contabilidade pública, desagregados para o final do ano, dados atualizados" são fundamentais para iniciar qualquer discussão sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2017. Dados que, estão no centro da polémica, que o Executivo diz que está a ultimar e o Parlamento quer ter nas mãos antes de começar a discussão.
Na audição do ministro das Finanças no âmbito da discussão na generalidade da proposta de Orçamento, Cecília Meireles, deputada do CDS-PP, reforçou a ideia do PSD, e voltou a frisar que até a Conferência de Líderes tinha entendido que o calendário devia ser adiado.
No contra ataque, João Galamba, deputado do PS, desmentiu esta posição e disse que a oposição, sem dados,"está às escuras porque não tem ideias".
Já Paulo Sá, do PCP, acusou o PSD e o CDS-PP de "achincalhar debate orçamental".
Mariana Mortágua, deputada do Bloco referiu que a "sessão deve manter-se e processo decorrer com normalidade” porque afinal os documento/ quadros serão com certeza entregues, são importantes e o Governo já disse que os vais entregar. “Há mais a discutir”, disse.
No final, Teresa Leal Coelho, que preside à Comissão, teve a garantia, por parte do ministro da tutela, que os mapas estarão no Parlamento até sexta-feira. E que haverá nova sessão com Centeno, já com os mapas, antes dos debates do Orçamento na especialidade. E a sessão teve início.