OE2020: partidos só reagem na terça-feira - TVI

OE2020: partidos só reagem na terça-feira

  • HCL
  • 16 dez 2019, 22:32

Pelo terceiro ano consecutivo, devido à hora tardia em que o documento é entregue no parlamento, os partidos apenas comentam a proposta no dia seguinte à entrega do Orçamento

Os partidos com assento parlamentar remeteram para terça-feira uma primeira reação à proposta de Orçamento do Estado, que ainda não deu entrada na Assembleia da República.

Pelo terceiro ano consecutivo, devido à hora tardia em que o documento é entregue no parlamento, os partidos apenas comentam a proposta no dia seguinte à entrega do Orçamento.

Contactados pela Lusa, PS, PSD, BE, PCP, CDS, PAN, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e Livre remeteram para terça-feira a primeira reação ao orçamento, sempre depois da tradicional conferência de imprensa do ministro das Finanças, Mário Centeno.

O CDS-PP apontou as 12:00 como hora indicativa, numa reação que será feita pela líder parlamentar Cecília Meireles, enquanto o PCP indicou as 17:00 como horário mais provável, também pelo líder parlamentar, João Oliveira.

No ano passado, o documento foi entregue ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, às 23:48 e a conferência de imprensa apenas se realizou no dia seguinte.

Em 2017, o Orçamento do Estado foi entregue às 23:16, mas ainda se realizou a tradicional conferência de imprensa do ministro das Finanças.

Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inicia uma ronda de audiências com os partidos com assento parlamentar, que começa às 14:00 com o Livre, seguindo-se, com intervalos de uma hora, Iniciativa Liberal, Chega, PEV, PAN e CDS-PP.

Antes de ir a Belém, o deputado único do Chega, André Ventura, terá um almoço no International Club, em Lisboa.

O líder do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, terá agenda como candidato à noite: pelas 21:00, participa numa sessão com militantes do distrito de Lisboa, em Oeiras.

 

Rui Rio à espera de redução efetiva de impostos 

O presidente do PSD, Rui Rio, disse hoje na Maia estar à espera de "uma redução efetiva dos impostos" espelhada no Orçamento de Estado 2020, garantindo que seria isso que faria caso fosse Governo.

"Temos a carga fiscal mais elevada de sempre em Portugal e era tempo de reduzir, efetivamente, os impostos em Portugal. E é isso que estamos à espera (...) sabendo que não pode ser uma redução muito grande, isso é lógico, e mesmo que tivéssemos ganho as eleições não teríamos condições para fazer uma redução muito grande, mas sim uma redução efetiva", disse o líder social-democrata.

Em declarações à margem de uma reunião com militantes do partido na Maia, Rui Rio minimizou o que foi conhecido ao longo do dia sobre o OE2020, argumentando que o que "interessa é a lógica global do orçamento", facto que sustentou não ser possível constatar "com umas medidas desgarradas que o Governo vai soltando e que são, naturalmente, soltas de forma positiva, para parecer que tudo o que está no orçamento é positivo".

Sobre Catarina Martins, quando diz que não passa cheques em branco ao Governo, o líder do maior partido da oposição deu razão à coordenadora bloquista.

"Não me parece que o tenha feito ao longo destes quatro anos. O Bloco de Esquerda notou-se nos diversos orçamentos de estado e [também] o Partido Comunista. (...) O PS tem de pagar uma fatura pelo apoio do BE e que na nossa ótica é sempre uma fatura negativa", afirmou.

Na sua intervenção na sessão com militantes na Maia, Rui Rio relembrou os dois últimos anos do PSD para alertar para a necessidade de se mudar o cerne do que é ser social-democrata.

"Se estabelecermos um padrão de atuação e cultura do PSD não haja dúvida nenhuma que no dia em que este Governo ou outro qualquer estiver apto a perder, nós ganhamos. O problema é quando o governo já perdeu e nós não estamos aptos a ganhar", enfatizou o político.

Continue a ler esta notícia