CDS acusa Bloco e PCP de engolirem sapos com "oportunismo" - TVI

CDS acusa Bloco e PCP de engolirem sapos com "oportunismo"

Elevando cada vez mais o tom, Temo Correia fez a intervenção de encerramento do CDS com baterias apontadas aos partidos da esquerda e a António Costa

Citou-se Camões, Shakespeare e Pessoa no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2017, mas também o célebre primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Foi Telmo Correia, do CDS-PP, que lembrou a sua frase: "Os sapos são comida habitual dos políticos". Tudo para criticar BE e PCP, para além da esperada reprovação que o OE2017 merece do seu partido.

"Já o grande Winston Churchill dizia que sapos são comida habitual dos políticos, ninguém conseguiria prever sapos engolidos por BE e PCP. O que nem o grande Winston Churcill podia prever era a capacidade de engolir sapos de comunistas e esquerdistas portugueses no século XXI", começou por dizer. 

Prometiam 25 euros de aumento [nas pensões] e no máximo será de quatro: sapo engolido. Defendem os mais pobres mas as pensões mínimas não têm aumentos: sapo engolido. A CGD pode vir a despedir 2.000 trabalhadores: sapo médio. Os senhores engolem sapos e vamos ver se não engolem sapos também seja em matéria de transparência seja de remuneração do tamanho de uma administração de um banco da CGD".

Com ironia, Telmo Correia disse confessar "alguma surpresa" com a postura dos dois partidos: "Nunca pensei que partidos outrora tão indignados, tão revoltados, tão manifestantes, tão revolucionários sejam hoje tão submissos e tão condicionados pelo poder".

O que ontem era um escândalo hoje é um pequeno incidente que se resolve a qualquer momento. Um pequeno reparo e caso encerrado: seja o encerramento de uma escola, sejam várias licenciaturas falsas, um pequeno reparo e caso encerrado. A vossa indignação depende do lugar onde se sentam e isto tem um nome: oportunismo".

Elevando cada vez mais o tom, o deputado centrista fez ainda, ele próprio, um reparo: "Os senhores estão preparados para engolir um sapo do tamanho de um tratado orçamental e da dívida portuguesa e olhem que ela é grande". 

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O ataque ao "silêncio" de Costa

Sabe que o Orçamento tem "naturalmente aprovação garantida neste Parlamento", mas fez questão de sublinhas, isto no início do discruso, que existe um ponto que merece atenção e que ficará na história deste debate e do Parlamento: "O silêncio do chefe de Governo e líder da coligação das esquerdas unidas ao longo de todo o debate".

Para o deputado do CDS-PP, o silêncio do primeiro-ministro é mais surpreendente ainda "se pensarmos que António Costa chegou precisamente a primeiro-ministro tendo perdido as eleições e que a esquerda gosta muito de falar da democracia em movimento como explicação para a sua união".

É, por isso, para si, mais surpreendente que António Costa se tenha furtado ao contraditório dos deputados. "Esta atitude só pode ser entendida como uma atitude muito arrogante e muito pouco democrática". 

O primeiro-ministro só falará no final do debate, precisamente para o encerrar. Do CDS, leva uma certeza: "Vamos participar na especialidade, defender uma ideia diferente, quociente familiar, mais pensões mínimas". Com Telmo Correia a rematar: "Com a certeza que em democracia não há mal que dure sempre".

 

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