Costa: "Conseguimos o que vocês falharam, o diabo é só sonho da direita" - TVI

Costa: "Conseguimos o que vocês falharam, o diabo é só sonho da direita"

Primeiro-ministro sublinha que o Orçamento "honra" os compromissos com os quatro partidos da maioria parlamentar, a quem agradece, e também com a União Europeia. Vê "mais vida para além do Orçamento" e mostra-se "de consciência tranquila"

"Há mais vida para além do défice, tal como há mais vida para além do Orçamento, mas o Orçamento faz parte da vida e, é por isso que a primeira prioridade deste é melhorar a vida das portuguesas e dos portugueses". O primeiro-ministro pegou na expressão imputada em tempos a Jorge Sampaio para a desdobrar e, com isso, defender que o documento que gere as contas públicas é apenas um instrumento que apresenta "de consciência tranquila" e com "credibilidade acrescida" para desgraça, diz, da direita, só ela colada ao diabo que antecipava chegar e não chegou.

António Costa fez valer-se, no encerramento do debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017 - que acabou aprovada como se esperava - da execução orçamental deste ano, que tem estado em linha com o previsto. 

Olhando diretamente para as bancadas do PSD e do CDS-PP, o primeiro-ministro atirou: "Temos o défice orçamental mais baixo de toda a democracia. Nós conseguimos o que vocês falharam durante quatro anos".

Sim, havia alternativa. O caminho não era o corte de direitos, de rendimentos, tirar pensões e salários, é aquele que estamos a prosseguir. É por estas e por outras que a credibilidade da direita se esvai em cada dia que o diabo teima em não aparecer. O diabo é mesmo só o sonho do PSD, cuja estratégia do sucesso já é só esperar pelo insucesso do país".

As contradições 'diárias' de PSD e CDS

Costa disse ter ouvido "com especial atenção e consideração os 20 minutos do líder da oposição". "Durante os 20 minutos não lhe ouvi uma visão estratégica, não lhe ouvi uma ideia para o país".

"Mas pior: a credibilidade das críticas da direita está desde logo condicionada pela contradição do que diz agora e o que fizeram quando estava no Governo", acrescentou, detalhando, com perguntas: "Como podem criticar eliminação progressiva da sobretaxa quando num só ano fizeram um enorme aumento de impostos? Como podem falar de pensões que este ano aumentam 200 milhões de euros quando ao longo de quatro anos cortaram 15 milhões no Complemento Solidário para Idosos, que falta faz aos mais pobres dos mais pobres? E ainda cortaram aos pensionistas 1.200 milhões na CES cobrada? Como podem falar de pensões?".

Costa protagonizou ainda um momento entre o humorístico e o bíblico para carregar sobre PSD e CDS-PP, enumerando as contradições que vê diariamente nos dois partidos.

À segunda de manhã dizem que o PS está capturado pelo radicalismo de BE e PCP, à segunda à tarde já é BE e PCP que estão capturados pelo PS. À terça de manhã temos um Orçamento eleitoralista, à terça à tarde é austeritário. À quarta de manhã aumentamos de mais despesa, à quarta à tarde reduzimos de mais, à quinta de manhã aumentamos demais investimento, à quinta à tarde de menos. À sexta de manhã acusam-nos de darmos tudo, à sexta à tarde de darmos prioridade àqueles que mais sofreram, ao sábado de manhã - como ainda agora referiu Maria Luís Albuquerque - temos pressa em devolver as pensões, ao sábado à tarde acusam-nos de só fazermos um aumento extraordinário em agosto e não em janeiro. Ao domingo, por fim deixam, os portugueses em paz e sossego e nada dizem do contrário da véspera".

Para o chefe de Governo, o OE2017 "honra" os "compromissos" com os quatro partidos que asseguram a estabilidade da maioria parlamentar e com a União Europeia. A PS, BE, PCP e PEV agradeceu, bem como aos parceiros sociais. 

Fez igualmente questão de assinalar as medidas levadas a cabo pelo Executivo, como a a redução da sobretaxa de IRS, a extinção da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), a majoração do primeiro ano do abono de família, a generalização da gratuitidade dos manuais escolares no primeiro ciclo, a atualização do Salário Mínimo Nacional ou o aumento extraordinário de 10 euros para pensões até 633 euros.

"Sim, senhores deputados. Este é um Orçamento que faz escolhas, quer mais rendimento e menos carga fiscal, mais investimento e menos pobreza, mais estado social e menos défice. Faz escolhas certas, esta é a alternativa" e dá "confiança aos cidadãos porque veem neste OE reposta normalidade constitucional".

Terminou resumindo que o Orçamento "investe em mais crescimento, maior emprego e maior igualdade". "É este o destino e o futuro que queremos para o nosso país", rematou, rebendo um aplauso de pé da bancada do PS, durante vários segundos.

Acabou por não responder ao desafio lançado por Passos Coelho sobre se vai renegociar os juros da dívida como exigem Bloco e PCP.

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