A Comissão Europeia reviu a proposta de orçamento comunitário e propõe agora atribuir a Portugal, entre 2021 e 2027, um montante de 23.873 milhões de euros. Mesmo assim implica um corte de 7% nos fundos de coesão
De acordo com este valor, e tendo em conta os mais de 10 milhões de portugueses, cabe a cada cidadão o montante de 2.803 euros, o que faz de Portugal o quinto país da União Europeia que mais apoios recebe per capita [por pessoa].
De acordo com a tabela a que a TVI teve acesso, e a ser aprovada a proposta, Portugal fica na lista, dos cinco Estados, entre os 27 que mais fundos vai receber no período de atribuição em causa.
Preços correntes | MFF TOTAL 2021-27 | População [média |
Intensidade de apoio (€) per capita Preços correntes |
EE | 3.242.006.493 | 1.315.000 | 2465,40 |
SK | 13.304.264.448 | 5.424.000 | 2452,85 |
LV | 4.812.229.540 | 1.976.667 | 2434,52 |
HR | 9.888.093.817 | 4.204.000 | 2352,07 |
PT | 23.873.814.500 | 10.361.667 | 2304,05 |
LT | 6.275.616.559 | 2.901.667 | 2162,76 |
EL | 22.098.389.914 | 10.832.333 | 2040,04 |
HU | 19.981.623.278 | 9.839.667 | 2030,72 |
PL | 72.724.130.931 | 38.455.333 | 1891,13 |
CZ | 19.850.966.694 | 10.544.333 | 1882,62 |
SI | 3.454.762.344 | 2.063.333 | 1674,36 |
RO | 31.333.364.655 | 19.813.000 | 1581,45 |
MT | 663.950.217 | 432.333 | 1535,74 |
BG | 10.268.005.507 | 7.176.667 | 1430,75 |
CY | 990.778.730 | 851.000 | 1164,25 |
ES | 38.641.625.063 | 46.438.333 | 832,11 |
IT | 43.484.216.456 | 60.716.000 | 716,19 |
FI | 1.830.081.009 | 5.479.667 | 333,98 |
FR | 18.022.044.290 | 66.579.333 | 270,69 |
IE | 1.219.530.488 | 4.646.667 | 262,45 |
SE | 2.413.092.531 | 9.806.000 | 246,08 |
BE | 2.754.198.309 | 11.237.667 | 245,09 |
DE | 16.864.588.958 | 81.670.667 | 206,50 |
AT | 1.442.289.881 | 8.638.000 | 166,97 |
LU | 73.122.380 | 570.333 | 128,21 |
DK | 646.380.970 | 5.684.667 | 113,71 |
NL | 1.625.023.475 | 16.941.667 | 95,92 |
EU-27 | 371.778.191.437 | 444.600.000 | 836,21 |
Marcelo espera "prémio"
O Presidente da República já afirmou esperar que haja fundos europeus de apoio a economias que saíram de défices excessivos, como a portuguesa, e considerou que a proposta para a coesão é "muito melhor" que a anterior.
Estou esperançado em que haja um fator corretivo que tem a ver precisamente com o ser bom aluno, que é, ao lado dos fundos clássicos, haver fundos para as economias que saíram dos processos de défice excessivo, estão em convergência, e que merecem, portanto, apoio para as reformas estruturais", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava à saída do Museu do Combatente, em Lisboa, no final de uma cerimónia militar de homenagem aos capacetes azuis das Nações Unida.
Esta nova proposta é muito melhor do que a proposta anterior. A proposta anterior previa eventuais cortes muito superiores àquele de que se fala agora, que é de 7%", começou por responder o Presidente da República, frisando: "Estamos a falar em matéria de coesão, não em matéria de política agrícola comum".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "em qualquer caso, ainda é um começo de conversa".
Em seguida, o Presidente expressou a expectativa de que haja "fundos para as economias que saíram dos processos de défice excessivo", como a portuguesa, acrescentando: "Se isso avançar, e espero bem que sim, então, a preocupação que existe neste momento, que é inferior à que já existiu, pode desaparecer".
Portanto, isto é um caminho que se faz caminhando. Estamos melhor hoje do que estávamos naquele ponto de partida muito mau que foi o de há um mês. Vamos continuar a caminhar", concluiu.