Com a História de Portugal de mãos dadas com o Reino Unido, foi com esse espírito que o Presidente da República se reuniu com a primeira-ministra britânica, em Londres. Lá dentro, falaram sobre o futuro. Cá fora, à porta do icónico número 10 de Downing Street, Marcelo Rebelo de Sousa não quis detalhar qual o estado de alma de Theresa May sobre uma saída mais suave ou mais dura do Reino Unido da União Europeia - o chamado Brexit. Mas falou sobre laços de amizade e sobre as "boas notícias" que Portugal recebeu hoje de Bruxelas, com a luz verde ao Orçamento do Estado para 2017 e o cancelamento do processo das sanções.
Muito positivo o ter verificado que a senhora primeira ministra tinha conhecido da evolução económica e financeira portuguesa e que elogiava essa evolução. Estava tão satisfeita como nós estamos satisfeitos. E isso é um sinal de amizade. Não há nada como os amigos estarem satisfeitos com as boas notícias de hoje no que respeita à aceitação pela União Europeia do Orçamento para 2017"
O chefe de Estado tocou no tema mesmo antes de os jornalistas pedirem uma reação. Já sobre a reunião que teve com a primeira-ministra britânica, não entrou em grandes detalhes. "Correu muito bem. Há mais de 600 anos que correm bem as relações entre Portugal e o Reino Unido". Já num almoço com potenciais investidores invocou este elo de ligação entre os dois países.
E continuou a dizer que "foi muito interessante para se perceber exatamente posição britânica neste momento", assinalando que neste tipo de reuniões "não se fala de preocupações, fala-se de futuro". "Preocupações todos temos", relativizou. Sobre o futuro, voltou a dizer, a conversa foi "muito positiva".
Quer em termos bilaterais da compreensão recíproca quer em termos daquilo que para nós portugueses é importante: que é ser encontrada a melhor solução possível para a UE, Portugal e tanto quanto viável para o Reino Unido".
Portugal, enquanto "membro muito envolvido na UE fará tudo para que futuro corra bem". "Por outro lado conhece há muito tempo o Reino Unido. Isso facilita relacionamento", destacou Marcelo aos jornalistas, sem querer revelar com que impressão ficou em relação ao que aí vem, se um soft Brexit, se um hard Brexit.
Ideia tive mas não vou dizer qual é a ideia que tive".
Teve sim uma palavra para a comunidade portuguesa - com quem ainda iria estar a seguir - por quem tem e constatou que o Governo britânico também, "muito apreço". "É um ponto antigo mas renovado com a nova geração nos últimos anos. É prestigiante e uma componente boa para ambas as partes".
O Reino Unido anunciou que irá iniciar o processo de saída da União Europeia após o resultado do referendo de 23 de junho, no qual 52% dos eleitores votaram a favor da saída britânica da UE. Hoje, o presidente do Eurogrupo admitiu que o Brexit pode demorar "muito mais" que os dois anos previstos.