O PSD diz que o ministro das FInanças "bem pode negar", mas o Orçamento do Estado para 2019 é eleitoralista, "pura negociata eleitoral" da "geringonça", que fez questão de detalhas: o Governo, PS, BE e também o PCP.
Todos à canelada, às vezes às claras, às vezes por baixo da mesa. Todos a pensarem sobretudo nos seus proveitos eleitorais de outubro de 2019. A palavra de ordem deste orçamento é iludir, iludir os portugueses até onde for possível."., atirou o deputado Pedro Adão e Silva.
Mário Centeno não se ficou: “Depois do livro publicado na última semana, sobre caneladas estamos conversados”, referindo-se ao livro lançado pelo ex-Presidente Cavaco Silva, na semana passada, no qual o ex-chefe de Estado revela conversas privadas que manteve enquanto chefe de Estado, nomeadamente com dirigentes socialistas.
O deputado Pedro Adão Silva também tinha antecipado que "depois de outubro, acabam as ilusões e quem vier feche a porta", que "chegará a fatura" para os portugueses pagarem. Centeno respondeu que "ilusão não rima com cumprir". Já no seu discurso inicial tinha dito e repetido que este Governo socialista, ao contrário de anterior, não apresentou (até agora) orçamento retificativos.
O debate sobre o Orçamento do Estado AO MINUTO
O deputado Pedro Adão e Silva já não teve tempo para responder, mas o seu discurso foi rico em expressões populares para atacar a governação socialista. Esta e as anteriores.
Tudo da melhor cepa. Tudo o que aconteceu em 1999 com Guterres, tudo e mais alguma coisa do que aconteceu em 2009 a José Sócrates. O PS é useiro e vezeiro a prometer tudo, para depois pôr Portugal no fundo e os portugueses a pagar a austeridade. Se no passado tudo acabou em tragédia, em 2019 acaba em farsa.".
O maior partido da oposição "não quer que portugueses voltem a cair das armadilhas e orçamentos míopes". O de 2019, em particular, "é pura negociata eleitoral".
"Os portugueses não podem ser pechincha, uma moeda de troca. Temos a certeza que os portguueses aprenderam com erros do passado. [Não pode ser] chapa ganha, chapa gasta. Os portugueses abominam as vossas aldrabices", continuou.
Depois, chamou a atenção do ministro par a criação de emprego ("vai abrandando, vai vai"), para a "guilhotina das cativações" que são "a suprema e refinada política de ilusões deste Governo".
Desta vez não vai la com as papas e bolos orçamentais do costume, as antigas ilusórias das cigarras socialistas do passado".
Também o deputado social-democrata António Leitão Amaro insistiu nas críticas: "Falam, falam, falam, mas cativar é com eles".
Foi o ex-secretário de Estado Fernando Rocha Andrade que, ao intervir como deputado, respondeu diretamente a estas críticas:
Com a direita não era chapa ganha, nem chapa gasta; era chapa não ganha, chapa gasta, chapa emprestada.".
Cristas: "António Costa esconde-se atrás de Mário Centeno"
Já da parte do CDS-PP, a presidente Assunção Cristas fez um duro ataque ao primeiro-ministro, acusando-o de “cobardia política” por não intervir neste debate na generalidade, dizendo mesmo que "se esconde atrás do seu ministro das Finanças".
“É um desrespeito pelo parlamento, é um sinal de cobardia política, é a prova de que não está à altura do cargo que desempenha”.
Cristas lembrou que o chefe de Governo já tinha feito o mesmo no debate em 2016: sinal de "um primeiro-ministro fraco", afirmou.
Primeiro, António Costa não olhou para Assunção Cristas, mas sorriu depois, quando a líder centrista criticou as opções do Governo para o próximo ano.
O primeiro-ministro só intervirá a 29 de novembro, antes da votação final global.
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