Covid-19 põe mais crianças em risco de trabalho infantil no mundo - TVI

Covid-19 põe mais crianças em risco de trabalho infantil no mundo

  • ALM
  • 12 jun 2020, 09:22

Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. Meninas e filhos de migrantes correm mais risco. Em Portugal os olhos estão postos, sobretudo no sector da restauração

Antes da propagação da Covid-19 cerca de 100 milhões de crianças tinham sido retiradas da situação de trabalho infantil em todo o mundo. Números que baixaram de 246 milhões, em 2000, para 152 milhõesde crianças, em 2016, 73 milhões das quais a realizarem trabalhos perigosos.

NO Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, a Organização Internacioanal do Trabalho (OIT) vem dizer que “a Covid-19 apresenta riscos sem precedentes para os direitos, segurança e desenvolvimento das crianças.”

Veja também: Confederação alerta para situações de trabalho infantil em Portugal

As consequências económicas e sociais da pandemia, à escala global, estão a ter um impacto enorme na vida das pessoas e nos seus meios de subsistência. “Para muitas crianças e para as suas famílias a evolução rápida desta situação representa a interrupção da escola, a doença de familiares e a potencial perda dos rendimentos dos agregados. A ausência de sistemas adequados de proteção social agrava a vulnerabilidade das famílias – e, portanto, das suas crianças”, reforça a OIT.

Acrescentando que “temos a hipótese de não apenas vencermos esta pandemia, como acabarmos com todas as formas de trabalho infantil até 2025. Mas, temos de agir agora, temos de agir de forma decisiva e em larga escala.”

Se nada se fizer, diz a Organização, que muitas crianças em situação de trabalho infantil correm grande risco de ingressarem em “formas de trabalho mais ocultas, perigosas ou de trabalhar longas horas. A crise pode também empurrar milhões de crianças vulneráveis para o trabalh

Meninas e filhos de migrantes correm mais risco

No topo da cadeia de risco, as meninas, porque podem vir “a assumir ainda mais trabalho doméstico ou de prestação de cuidados, e, provavelmente, estão mais expostas a acidentes e a abusos físicos ou sexuais.”

E quando o tema são as piores formas de trabalho infantil, incluindo a exploração sexual, que afeta principalmente as raparigas, e muitas vezes aumentam com a diminuição de oportunidades de emprego e dos rendimentos familiares, a OIT revela ainda a sua preocupação com as as crianças de famílias migrantes que fugiram de conflitos e desastres, da extrema pobreza ou da violação dos direitos humanos, são ainda mais afetadas.

“A desigualdade, a exclusão social e a discriminação, intensificadas pelas crises, tornam a situação ainda pior. Este é particularmente o caso dos povos indígenas, minorias étnicas e pessoas deslocadas, pessoas com deficiência, famílias monoparentais e crianças órfãs.”

A Organização reconhece que “os governos de todo o mundo estão a adotar ações abrangentes para conter e mitigar a pandemia. Com base nas melhores práticas, nas escolhas políticas corretas e em ações rápidas para a sua implementação, podem construir um futuro melhor para as nossas crianças”, mas “a luta contra o trabalho infantil exige fortes parcerias a nível global, regional, nacional e comunitário.”

As Nações Unidas declararam 2021 o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil. As iniciativas e a campanha que serão organizadas durante esse ano oferecem uma oportunidade singular para que todos os Estados-Membros das Nações Unidas e os seus parceiros juntem esforços no combate ao trabalho infantil.

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