O ministro das Finanças britânico pretende baixar o IRC das empresas de 20% para 15%, para amortecer o choque do Brexit. Ao anúncio de segunda-feira, chegou rapidamente a reação de Bruxelas, com o comissário para os Assuntos Económicos a dizer que é uma má ideia, duvidando mesmo que venha a ser algum dia aplicada.
"Deixar cair [o imposto] para 15% não me parece uma boa iniciativa (...) seria uma perda considerável de receitas para o Tesouro britânico num momento em que já existe um défice que é demasiado alto na Grã-Bretanha", disse Pierre Moscovici à Radio Classique, em França.
"Então, sim, neste momento não me parece que seja o plano certo e eu não acho que vai George Osborne vá em frente com ele... Vamos estar atentos, mas não vamos ficar excessivamente preocupados"
O ministro das Finanças britânico não indicou uma data ao certo para essa redução do imposto que incide sobre as empresas. Antes do anúncio dos 15%, tinha indicado recentemente que iria baixar o IRC para 17% em 2020.
Recorde-se que a taxa média de IRC, entre os países mais desenvolvidos do mundo, é de 25%. Em Portugal é de 21%.
O contexto político no Reino Unido não é fácil neste momento, para grandes previsões e certezas no que toca a medidas futuras, já que o atual primeiro-ministro, David Cameron, se demitiu na sequência dos resultados do referendo britânico, que deram a vitória à saída da União Europeia.
Três dias depois de anunciados os resultados favoráveis ao Brexit, George Osborne quis deixar uma mensagem para tranquilizar os mercados, garantindo que a economia do Reino Unido tem força para lidar com o embate.