Pagar com cartão: porque é que já não é só verde-código-verde? - TVI

Pagar com cartão: porque é que já não é só verde-código-verde?

Carteira (Reuters)

Novo passo nos pagamentos com cartão gerou desconfiança entre consumidores e comerciantes, forçando a SIBS, que gere a rede multibanco, a emitir um esclarecimento sobre o assunto

Se fez compras com o cartão multibanco nas últimas semanas, pode ter reparado que agora é preciso carregar uma vez mais nos botões para além do verde-código-verde. E porquê? Porque tem de escolher se quer fazer a compra através da marca Multibanco ou de outra marca internacional como o Visa, MasterCard ou American Express, por exemplo. Houve quem desconfiasse da mudança e se ela implicaria custos. A SIBS, que gere a rede multibanco, veio por isso emitir um esclarecimento, querendo tranquilizar os consumidores: "A seleção referida não tem implicações para o cliente" e está apenas a cumprir as regras europeias.

"O pagamento a crédito só será efetuado caso o cliente utilize um cartão com esta modalidade para efetuar a operação. Caso o cartão seja de débito, a operação será sempre efetuada nesta modalidade, estando o consumidor apenas a escolher fazer a compra através da marca MULTIBANCO ou de outra marca internacional (Visa, MasterCard ou American Express, por exemplo). O cliente pode continuar a fazer o pagamento através do “verde, código, verde” a que está habituado, não havendo qualquer implicação no seu pagamento".

Faz questão de sublinhar o mesmo esclarecimento da SIBS que a opção dada ao consumidor não é, portanto, entre a operação ser realizada a débito ou a crédito, mas entre a marca selecionada. 

Há casos em que o terminal de pagamento pede ao consumidor que selecione a opção, mas outros em que isso não acontece. É que caso o cartão ou terminal de pagamento só aceite uma marca, aí não há escolhas a fazer e prescinde-se, então, desse passo. 

E os comerciantes?

A SIBS aconselha os comerciantes e consumidores que tenham dúvidas a contactar o seu banco ou a instituição de pagamento. Embora refira que não há custos para os clientes, é omissa quanto aos comerciantes que, já se sabe, pagam normalmente comissões nos pagamentos que recebem por multibanco. 

Ao Jornal de Negócios, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, mais conhecida por AHRESP, fez notar que os encargos do comerciante podem ser diferentes precisamente de acordo com o canal de pagamento que for escolhido pelos clientes. As taxas variam entre 0,8% e 1,1% o que pode ter implicações na fatura final a pagar pelas empresas.

A alteração agora em curso decorre de um regulamento europeu de taxas de intercâmbio de cartões, datado de 29 de abril de 2015, em nome da transparência e a concorrência do mercado europeu de cartões, com uma uniformização da utilização dos cartões e respetivos terminais. Daí ter sido implementado na rede multibanco nacional. 

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