As suspeições em redor do Centro Internacional de Negócios da Madeira devido às comparações com os Papéis do Panamá já estão a afetar a confiança dos investidores. A garantia é do administrador da sociedade que gere o centro.
"Já recebemos informação concreta de que em determinados setores, não do estrangeiro, mas do país", começou por dizer à TVI Francisco Costa.
"Houve alguma retração, algum movimento de espera, para ver qual era a evolução desta agitação, desta turbulência criada eu diria que artificialmente à volta do Centro Internacional de Negócios da Madeira"
O administrador da também conhecida por zona franca da Madeira, defende que essas confusões partem de pessoas que desconhecem o objetivo daquela praça, mas acredita que o Governo saberá defender o centro, mesmo que tenha como parceiros o BE e o PCP, que discordam da sua existência.
"Eu compreendo perfeitamente que haja vontade de alterar radicalmente", assinalou Francisco Costa, uma vez que "mexe com iniciativa privada, meios de produção e tudo aquilo que conhecemos dos princípios ideológicos" de BE e PCP. "São opções legítimas no plano ideológico e político", ressalvou ainda.
Seja como for, está confiante que o Governo saiba aquilo que é "melhor para o interesse nacional". E deixou argumentos no sentido da defesa do CINM, dizendo que não é uma offshore, porque não tem instituições financeiras e cria quase 10.000 postos de trabalho diretos e indiretos.
Para além disso, as empresas - cerca de 2.000 - são escrutinadas e auditadas pela União Europeia, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e Banco de Portugal, sendo que pagam 130 milhões de euros por ano em impostos.
Os Papéis do Panamá são a maior fuga de documentos confidenciais sobre o negócio dos paraísos fiscais. Trata-se, ainda, da maior investigação de sempre do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), ao qual a TVI pertence. Em conjunto com o Expresso, está a tratar a informação para divulgar as matérias de interesse público.
A história relativa aos portugueses começa no Luxemburgo, sendo que há mais de 240 portugueses nas offshores da Mossack Fonseca, de onde partiu a fuga de informação que fez rebentar o escândalo.