O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil apelou esta sexta-feira aos funcionários da TAP para que se apresentem ao serviço durante a paralisação que começa no sábado, considerando que a requisição civil impede que os trabalhadores façam greve.«A expetativa da TAP é que tudo corra dentro da normalidade», afirmou fonte oficial da companhia aérea portuguesa à agência Lusa.
O sindicato esclareceu que mantém o pré-aviso de greve «por uma questão de ética», considerando que o Governo teve um «comportamento ilegítimo» ao decretar a requisição civil antes de serem conhecidos os serviços mínimos para o período da greve.«Porque nas condições impostas pelo Governo não é possível fazer greve e porque não somos irresponsáveis, aconselhamos todos os associados a apresentarem-se ao trabalho, de acordo com as suas atribuições e categoria profissional, mas reafirma-se a manutenção do pré-aviso de greve», afirmou o SINTAC em comunicado.
Entretanto, também o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) informou que vai manter a greve, mas que vai cumprir a requisição civil imposta pelo Governo, «embora sob protesto».
«O que se exige é um processo claro e transparente. O Governo tem a responsabilidade de informar quem são os interessados e de acautelar, sem que isso seja moeda de troca, todas as garantias de proteção do interesse nacional e dos trabalhadores»
Segundo dados enviados pela empresa à Lusa, a TAP perdeu 18 mil reservas desde a convocação da greve, o que representa «um prejuízo direto na ordem dos seis milhões de euros». No início do processo, a companhia aérea contava com 130 mil reservas, hoje conta com 112 mil.
Apesar da plataforma de sindicatos ter desconvocado a greve que estava marcada para os dias para os dias 27, 28, 29 e 30 de dezembro, a transportadora não está a sentir impacto nas reservas de última hora.
Muitos passageiros já tinham anulado os voos ou procurado outras alternativas.