O antigo presidente da Autoridade da Concorrência Abel Mateus estimou hoje que "no setor elétrico os consumidores já suportaram um sobrecusto de cerca de 23 mil milhões de euros", defendendo a necessidade de reduzir "este fardo".
Abel Mateus está esta manhã a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas de energia e, no final da sua intervenção inicial, defendeu a necessidade de reduzir "o esforço de subsidiação dos portugueses".
No setor elétrico os consumidores já suportaram um sobrecusto de cerca de 23 mil milhões de euros", estimou.
A este sobrecusto junta-se, segundo o antigo presidente da Autoridade da Concorrência, os 25 mil milhões de euros que os contribuintes "já foram chamados a contribuir" para o setor bancário.
A redução deste fardo é o desafio que se põe a este parlamento", apelou.
Pinho pediu propostas, mas não voltou a consultar a Concorrência
O antigo presidente da Autoridade da Concorrência Abel Mateus afirmou que, depois de levantar a maior parte dos problemas atuais do mercado energético numa apresentação entregue ao então ministro Manuel Pinho, a entidade não voltou a ser consultada.
Abel Mateus está hoje de manhã a ser ouvido na comissão de inquérito parlamentar às rendas excessivas da energia, tendo referido na sua intervenção inicial que, em 2004, o então ministro da Economia Carlos Tavares consultou a Autoridade da Concorrência sobre a elaboração do diploma sobre os CMEC, mas que apesar de ter "havido bastante interação com o gabinete, muitas das objeções levantadas não foram atendidas".
Depois, com a chegada de um novo Governo, em março de 2005, o então ministro da Economia Manuel Pinho pediu uma exposição sobre os mercados energéticos, na qual, garante Abel Mateus, foram "levantados a maior parte dos problemas que hoje se fala" em relação a este setor em Portugal.
As propostas não foram atendidas pelo Governo e, segundo o antigo presidente, "não mais a Autoridade da Concorrência foi consultada".