O PSD diz que o caminho de aumento de impostos "é errado" por princípio e reserva uma posição sobre o novo imposto sobre o património, anunciado pelo Bloco de Esquerda, para quando for conhecido o Orçamento do Estado para 2017. A líder do CDS-PP, por sua vez, fez precisamente o apontamento político de que é "estranho" ser o BE e não o Governo o rosto da medida.
Politicamente é de notar que é apresentado pelo BE e não pelo Governo. Enfim, o Governo e os seus apoiantes terão certamente uma estratégia para isso, mas é estranho o país ficar a saber de um imposto que não é anunciado pelo ministro das Finanças, que aliás esteve ontem no Parlamento, e é anunciado hoje pela boca do Bloco de Esquerda".
Assunção Cristas acusou o executivo de António Costa de "grande assalto fiscal" através de vários impostos, como o novo que, que apontou, irá tributar duplamente o património imobiliário já taxado pelo IMI.
"É um imposto que está a tributar de novo algo que já era tributado através do IMI e que será duplamente tributado. Mostra o falhanço da política económica deste Governo, que não consegue fazer a economia crescer e arrecadar naturalmente mais impostos por via do crescimento e vai deitando mão a tudo o que pode", disse aos jornalistas depois de uma visita a uma escola em Queluz, concelho de Sintra.
E acrescentou que "vem em linha com o aumento de impostos que este Governo tem vindo a fazer", dando o exemplo dos "mais 500 milhões euros de impostos" recolhidos que "tocaram em todos, na classe média e tocaram também nas classes mais desfavorecidas".
Quando olhamos para a reclassificação de bens em matéria de IVA e taxa reduzida de IVA, o imposto sobre gasóleo e gasolina, que afeta as famílias portuguesas e as empresas, só para dar dois exemplos, percebemos que tem havido uma preocupação em arrecadar mais impostos, retirar mais dinheiro do bolso dos contribuintes"
A presidente do CDS-PP ressalvou que é preciso conhecer em detalhe o novo imposto, nomeadamente, "quem é que atinge, quantos agregados familiares e se a casa morada de família está incluída", mas considerou que prossegue uma "austeridade ‘à la esquerda'".
Para o PSD, o problema é que "não devíamos estar a discutir nenhum aumento de impostos". "O problema é que este Governo escolheu um caminho que exige um aumento de impostos e esse próprio princípio é errado. O aumento de impostos é errado", começou por dizer o vice-presidente da bancada Leitão Amaro.
Sobre a medida, em concreto, disse "as conversas" e os "sinais" sobre aumento de impostos revelam um "padrão comum" de política do atual Governo PS que, frisou, já tinha aumentado "os impostos sobre os combustíveis", penalizando a classe média e as pequenas e médias empresas.
Estas medidas, esta conversa de aumento de impostos, não são apenas um preço muito grande a pagar por esta conversa da reversão de austeridade, são uma contribuição grave para haver menos riqueza e menos investimento"