"Ninguém peça à CGD para ficar onde os outros bancos não querem" - TVI

"Ninguém peça à CGD para ficar onde os outros bancos não querem"

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  • 10 mar 2017, 22:20
Paulo Macedo - Caixa Geral de Depósitos

Paulo Macedo afirmou que o banco não conseguirá regressar aos lucros se mantiver a atividade sem alterações

O presidente executivo da CGD disse, esta sexta-feira que o banco não conseguirá regressar aos lucros se mantiver a atividade sem alterações e que não pode manter presença em todas localidades em que outros bancos não veem viabilidade económica.

Ninguém peça à Caixa Geral de Depósitos (CGD) para ficar em todos os sítios onde os outros bancos não querem ficar. Se isso acontecesse, então a Caixa não saía dos seis anos de prejuízos que teve", afirmou Paulo Macedo em conferência de imprensa.

A CGD apresentou esta sexta-feira prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, mais de dez vezes mais que os resultados negativos de 171 milhões de euros de 2015, justificados pela constituição de novas imparidades (perdas potenciais, sobretudo para crédito).

O banco, que está em processo de recapitalização, tem em curso um plano de reestruturação e reorganização que implica a redução de mais de 2.200 trabalhadores até 2010 e o fecho de quase 200 agências.

Alguns dos encerramentos de balcões já feitos ou previstos têm provocado contestação, sobretudo pelo poder político local, como são os casos de Almeida, no distrito da Guarda, Marvão, no Alto Alentejo, freguesia do Teixoso, na Covilhã, Santa Margarida, concelho de Constância, e Golegã, ambas no distrito de Santarém.

Fonte do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa já tinha dito à Lusa que estão preocupados com encerramento de balcões sobretudo nos casos de concelhos que ficam sem agência da CGD, e também adiantou que está previsto o fecho do balcão das Lajes do Pico, nos Açores.

Paulo Macedo mostrou-se disponível estudar a manutenção, mesmo que parcial, de algumas das agências que deveriam encerrar.

O responsável sublinhou, contudo, que o banco precisa de fazer mudanças, tendo também destacado as alterações a fazer nas políticas comerciais e de risco.

Se não se mudarem as políticas de risco, se não houver novas formas de concessão de crédito, se não houver mais rigor, o futuro da Caixa não é aquilo que queremos", avisou.

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