Dívida: PSD e CDS lamentam «infelicidade» do vice do PS - TVI

Dívida: PSD e CDS lamentam «infelicidade» do vice do PS

Única bancada a confessar «agrado» em relação às declarações de Pedro Nuno Santos foi a do PCP. PS diz que não passa de um «fait-divers». PSD e CDS atacam

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O PSD condenou esta quinta-feira as declarações «inoportunas» e «infelizes» do dirigente socialista Pedro Nuno Santos sobre pagamento da dívida, sublinhando que sem o dinheiro da ajuda internacional os salários e pensões não podem ser pagas.

«O PS foi pedir dinheiro no início deste ano para salvar este país e passado meses diz que não a querem pagar? Lavam as mãos como Pilatos», acusou o deputado do PSD Nuno Encarnação, numa declaração política no plenário da Assembleia da República.

Recuperando as declarações proferidas no sábado pelo vice-presidente da bancada socialista Pedro Nuno Santos, quando aquele dirigente do PS defendeu que Portugal devia ameaçar deixar de pagar a dívida nacional, Nuno Encarnação reiterou o empenho do Governo em cumprir os compromissos internacionais, apelando a «uma postura responsável da oposição», porque se o país não cumprir «quem treme são os trabalhadores e os pensionistas».

Na resposta, o deputado do PS José Junqueiro acusou, citado pela Lusa, o PSD de estar a invocar um «fait-divers» para «esconder o que é essencial».

«Nós estamos comprometidos com o rigor e a disciplina orçamental, mas não podemos aprovar um Conselho Europeu em que em vez de uma agenda para o crescimento e o emprego, os senhores se submeteram a um desemprego imparável e a políticas de austeridades que somam a políticas de austeridade», disse José Junqueiro.

Recordando que personalidades importantes do PSD, como Manuela Ferreira Leite ou Eduardo Catroga, não acompanham a política orçamental defendida pelo Governo, José Junqueiro questionou a bancada social-democrata sobre quais as medidas que o Governo está a tomar para promover o crescimento e o emprego.

CDS diz que foi «episódio lamentável»

«Onde é que está a resolução dos problemas fundamentais do país? Está nisto, em «fait-divers» que o senhor traz a este Parlamento apenas para tentar ofender deputados», criticou José Junqueiro.

Na resposta, Nuno Encarnação insistiu em classificar as declarações de Pedro Nuno Santos de «enormidades», recusando a ideia de estar a ofender alguém. «Não fui eu que ofendi alguém, se houve alguém que ofendeu os portugueses dizendo a dizer que não queria cumprir a dívida foi o seu colega que está aí sentado ao seu lado», frisou.

Pelo CDS-PP, o deputado Hélder Amaral fez também uma breve referência às declarações de Pedro Nuno Santos, classificando-as como um «episódio lamentável».

A única bancada a confessar o seu «agrado» em relação às declarações do vice-presidente da bancada socialista foi a do PCP, com o deputado Paulo Sá a afirmar que se tratou do reconhecimento, «embora tardio», de que o único caminho para Portugal é a renegociação da dívida externa.

No final do período de discussão em volta da declaração política do PSD, os deputados socialistas Pedro Nuno Santos e Basílio Horta pediram para usar da palavra «em nome da defesa da honra pessoal».

Contudo, e conforme prevê o regimento da Assembleia da República, as declarações de defesa da honra apenas serão proferidas no final do período reservado para as declarações políticas em plenário.
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