Menos aviões, cortes nos salários e despedimentos. O plano de reestruturação para a TAP - TVI

Menos aviões, cortes nos salários e despedimentos. O plano de reestruturação para a TAP

Governo diz que medidas permitem evitar o despedimento de até mil pessoas

O ministro das Infraestruturas e da Habitação apresentou esta sexta-feira o plano de reestruturação para a TAP, que incluem mexidas na frota, nos salários e nos contratos de trabalho.

Começando por se referir à frota, Pedro Nuno Santos explicou que deve ser reduzida de 108 aviões para 88, número que vai garantir a continuidade da operação do hub, atividade que, segundo o governante, é a que dá verdadeiro lucro à companhia, e que consiste na ligação de passageiros em voos transatlânticos.

O número ótimo de aviões é 88", afirmou.

O governante disse que os trabalhadores não têm culpa da situação em que a TAP se encontra, e que foi agravada pela crise provocada pela pandemia de covid-19. Ainda assim, Pedro Nuno Santos afirma que o peso dos salários dificulta a recuperação da empresa.

Desta forma, o Governo vai dispensar dois mil trabalhadores "que não são necessários" para a operação de 2021 e 2022. Adicionalmente será feito um "corte salarial progressivo até 25%, que vai permitir "poupar 600 a mil postos de trabalho".

Se não fizéssemos a redução salarial tínhamos de despedir mais pessoas", reiterou o ministro.

A suspensão dos acordos da empresa também fará parte da reestruturação, permitindo assim ao Estado operar com maior facilidade na dispensa de funcionários.

O ministro das Infraestruturas deu um exemplo concreto, afirmando que a TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que “praticamente todos os concorrentes”, sublinhando que a empresa tinha um conjunto de desvantagens competitivas face às congéneres, já antes da covid-19.

A TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que praticamente todos os concorrentes. A TAP tem mais 28% de tripulantes por aeronave do que a maior parte dos concorrentes", disse Pedro Nuno Santos.

O governante apontou que estas medidas vão permitir uma poupança acumulada que será de pelo menos 1,4 mil milhões de euros, dinheiro que teria de ser injetado a partir do Estado caso a reestruturação não fosse colocada em prática.

Como forma de reduzir as duas mil saídas previstas, o Governo apresentou aos sindicatos quatro modalidades "alternativas ao despedimento": part-time, saídas por mútuo acordo, reformas antecipadas e licenças sem vencimento.

O trabalhador perde rendimento, nalguns casos a totalidade do rendimento. De qualquer forma, são alternativas ao despedimento", admitiu.

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