Empresários de Coimbra pedem mais do plano para o futuro elaborado por Costa Silva - TVI

Empresários de Coimbra pedem mais do plano para o futuro elaborado por Costa Silva

Coimbra

"Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030" foi elaborado a pedido do primeiro-ministro, António Costa, sobre as formas como Portugal poderá recuperar pós Covid-19. Um documento da autoria do gestor que já inclui contributos do Executivo e que enquadrará o orçamento para 2021

Numa altura em que o documento apresentado por António Costa Silva se encontra em consulta pública, há empresários que entendem que não espelha as necessidades e realidades dos locais onde se encontram ou que é preciso mais. É o caso de quem tem negócios na região de Coimbra.

Veja também: António Costa Silva: "O documento responde ao desafio" do dia depois

“Coimbra tem condições únicas para participar do esforço nacional de relançamento económico”, dizem mais de 40 subscritores de uma proposta, em jeito de manifesto, apresentada hoje e que gerem Pequenas e Média Empresas (PMEs) na região.

Reconhecendo que é “imperioso e urgente o reposicionamento da sociedade portuguesa perante a grave crise económica provocada pela pandemia Covid-19” estes profissionais apresentam um conjunto de 15 ideais que no fundo visam contribuir para o todo e criar “empregos e valor económico, social e cultural para o país”. O que dizem já fazer na área de Coimbra.

Segundo o documento a que a TVI teve acesso, entre as ideais, submetidas à reconsideração de António Costa Silva, sugerem a “implementação do eixo ferroviário de Alta Velocidade Lisboa-Coimbra-Porto com a construção da nova estação Intermodal de Coimbra.”

No âmbito da ferrovia pedem ainda a “concretização de acesso ferroviário em 50 minutos ao aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto) desde Coimbra através de alta-velocidade e com a necessária construção de ligação dedicada Campanhã-Aeroporto” e a “aposta na ferrovia de passageiros e mercadorias com reforço das ligações regionais entre Coimbra, Cantanhede, Figueira Da Foz e Alfarelos (TMIP), otimizando a função económica do porto da Figueira da Foz.”

Na área da saúde, estes empresários propõem, por exemplo, o “investimento no SNS [Serviço Nacional de Saúde] em Coimbra com a construção da nova Maternidade, reforço da inovação médica e capacidade assistencial das estruturas hospitalares existentes em contratos-programa plurianuais com autonomia de gestão.”

Para potenciar o crescimento e a criação de emprego, é lança a ideia de um Fundo de Capital de Risco Regional para a Área Metropolitana de Coimbra “com foco generalista em transferência de tecnologias da Universidade para o mercado, em especial nas ciências da saúde, tecnologias da informação, economia circular e espaço, gerido por equipa internacional que permita a capitalização das PMEs e desenvolvimento de competências de gestão e internacionalização nos respetivos negócios.”

Uma palavra também para os jovens trabalhadores com a sugestão de “incentivos remuneratórios inovadores para empresas que contratem estudante-trabalhadores a concluir mestrados e doutoramentos, ou docentes do ensino superior, mediante protocolos de colaboração especializada com universidades e politécnicos.”

Ao mesmo tempo que admite o lançamento de fundo de co-investimento verde, pedem a "aposta na reindustrialização de Coimbra através da disponibilização de terrenos e edificados públicos para programas de regeneração urbana e empresarial e fundos comunitários específicos para indústria 4.0.”

Ideias que englobam não só Coimbra e a região já que no ponto 14 há um apela claro à “aposta no desenvolvimento económico das cidades médias portuguesas” com apoios de transição energética para as indústrias, comércio e serviços locais e reforço da economia circular, turismo sustentável, descarbonização e utilização de fontes de energia renováveis.

Na semana passada, o presidente do município de Coimbra, Manuel Machado, defendeu que é "absolutamente" essencial a construção de um aeroporto internacional que sirva a região Centro e o país. O autarca disse aos jornalistas, no final da sessão de câmara, que a construção de uma infraestrutura aeroportuária na região Centro é "uma questão central a ser resolvida", depois de gorada a hipótese da Base Aérea de Monte Real (Leiria) abrir à aviação civil.

António Costa Silva apresentou em julho o plano que elaborou, a pedido do primeiro-ministro, António Costa, sobre as formas como Portugal poderá recuperar pós Covid-19: "Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030".  Um documento da autoria do gestor que já inclui contributos do Executivo e que enquadrará o orçamento para 2021.

Após este período de discussão pública, quase em simultâneo com a conclusão da proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), o Governo apresentará a versão final, já então com o desenho das medidas políticas, ou seja, com as prioridades, os calendários de execução e as estimativas em termos de impacto financeiro.

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