Há várias semanas que o preço dos combustíveis não subia mas esse ciclo está, para já, interrompido.
Se não aproveitou ontem à noite, esta manhã, em média, o preço nos combustíveis ficou mais caro nos postos de abastecimento do Continente.
E para quem tem carro a gasóleo a subida foi mais acentuada e rondou, em média, os dois cêntimos e meio por litro. Já no caso da gasolina o aumento foi de um cêntimo por litro, como confirmou à TVI fonte oficial da Galp.
Uma subida que contraria a tendência das últimas semanas. De acordo com os dados da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis, o preço de referência da gasolina tem estado em valores de março deste ano e o do gasóleo ao nível de abril. Com variação do preço da matéria-prima nos mercados internacionais, que esteve a negociar em mínimos de abril e início de maio, no início de agosto, a dar um contributo importante na baixa de preços.
O fato é que na semana que passou o preço do petróleo – tanto do negociado em Londres como em Nova Iorque – disparou, depois do ministro do Petróleo da Arábia Saudita ter sugerido uma ação conjunta para estabilizar os preços da matéria-prima. Um repto que deu sinais ao mercado de que, para já, a matéria-prima não iria descer mais de preço.
E de fato, nas cinco sessões da semana passada, os futuros do barril de Brent - que serve de referência às importações portuguesas – valorizou quase 4%.
A subida do preço dos combustíveis acontece dois três dias depois de, afinal, o Imposto sobre Produtos Petrolíferos não ter sido alterado.
O ministério das Finanças explicou à Lusa a decisão com o fato do aumento dos preços dos combustíveis entre maio e junho não ter sido suficiente para baixar o imposto.
Para o ministério de Mário Centeno, a tributação da gasolina é muito superior à do gasóleo e a evolução da cotação nos últimos dias não justifica a redução do imposto.
De acordo com as regras, o Governo deveria revogar a descida de um cêntimo na gasolina e manter a redução de ISP apenas no gasóleo rodoviário. No entanto, o ministério optou por manter o imposto inalterado em relação aos dois combustíveis.
O Imposto sobre Produtos Petrolíferos e outros, excluindo o IVA, representa 54,8% do preço de referência dos combustíveis. A cotação internacional e frete pesam 25,4% no cálculo deste preço que serve de indicador para o preço praticado ao consumidor final.