Brasil culpa crise internacional por ter crescido menos - TVI

Brasil culpa crise internacional por ter crescido menos

Brasil

PIB desapontou em 2011

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O agravamento da crise internacional no segundo semestre de 2011 surpreendeu o Governo brasileiro e causou problemas à indústria, o que acabou por influenciar negativamente o crescimento económico do país, disse esta terça-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 2,75 em 2011, abaixo dos 3,25 esperados pelo Governo.

Numa conferência hoje em Nova Iorque após a divulgação do PIB de 2011, Mantega afirmou que o Brasil adotou uma política monetária «mais restritiva» no começo de 2011, com juros altos, para combater um surto inflacionário, mas o agravamento da crise intensificou a concorrência internacional de produtos manufaturados, e obrigou o país a inverter a medida e baixar os juros.

A ação, somada à concessão de linhas de crédito à indústria, diminuiu o ritmo de queda do crescimento do PIB no último trimestre do ano passado, mas não foi suficiente para que ele chegasse ao patamar de 3%.

Mantega também criticou a política monetária de países desenvolvidos que injetam dinheiro na economia para sair da crise e provocam, segundo disse, «uma guerra cambial«. Na sexta-feira, a Presidente Dilma Rousseff voltou a criticar essa medida.

«O Brasil é um dos mercados consumidores mais dinâmicos do mundo, que não está sendo aproveitado pela produção industrial, porque vários países exportadores de manufaturas estão reduzindo o preço de suas mercadorias de forma extraordinária, e fazendo concorrência desleal», disse Mantega.

O ministro, no entanto, está otimista em relação ao crescimento deste ano, e prevê 4,5% de aumento do PIB, realçando que as suas maiores preocupações são a desaceleração da economia global e a «guerra cambial».

Por isso, o Governo deve adotar outras medidas para motivar o crescimento, além do corte da taxa de juros e das linhas de crédito. Segundo Mantega, uma delas é a adoção de práticas antidumping, como medidas de salvaguarda contra concorrência desleal na Organização Mundial do Comércio.

Outra ação anunciada pelo ministro é a tentativa de diminuição do spread bancário (a diferença entre o que os bancos cobram aos clientes e o que pagam para se financiar) no Brasil.
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