Primeira versão do plano de reestruturação da TAP pronta em dois meses - TVI

Primeira versão do plano de reestruturação da TAP pronta em dois meses

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  • JGR
  • 3 set 2020, 00:45
TAP

A consultora escolhida para a reestruturação do grupo TAP informou que “os estudos para a reestruturação devem ter uma primeira versão no prazo de dois meses”

A primeira versão do plano de reestruturação da TAP deve estar concluída no prazo de dois meses, informou na quarta-feira o Boston Consulting Group (BCG), numa reunião com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).

Numa comunicação aos associados, a que a Lusa teve acesso, o SPAC adianta que a consultora escolhida para a reestruturação do grupo TAP informou que “os estudos para a reestruturação devem ter uma primeira versão no prazo de dois meses”.

O BCG foi a consultora selecionada para a elaboração do plano de reestruturação da TAP, e na quarta-feira iniciou o processo de auscultação das organizações representativas dos trabalhadores, tendo reunido com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

Nas comunicações aos trabalhadores sobre o conteúdo da reunião, a que a Lusa teve acesso, o SPAC adiantou que apresentou estudos que apontam para a inexistência de excesso de pilotos, mesmo considerando uma redução da atividade, tendo manifestado ser "fundamental manter um nível de pilotos que permita garantir uma retoma significativa da operação e uma massa crítica mínima da empresa que assegure a sua recuperação".

Ainda que tenha manifestado que "não considera necessário proceder à redução do número de pilotos", a estrutura sindical "declarou que devem ser criados mecanismos voluntários para se reduzir a disponibilidade de pilotos, como sejam as reformas antecipadas e as pré-reformas".

Já o SNPVAC refere aos seus associados que não foram apresentados dados sobre o processo de reestruturação, adiantando que “estranhamente" apenas foram solicitados "'inputs' [contributos] genéricos para o futuro da empresa".

No seguimento da aprovação pela Comissão Europeia de um auxílio estatal à TAP, o grupo aéreo procedeu a uma consulta no mercado para selecionar uma entidade que preste serviços de consultoria, no sentido de auxiliar na elaboração de um plano de reestruturação, a apresentar à Comissão Europeia.

Companhia não tem excesso de pilotos mesmo com redução de atividade, diz Sindicato

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) defendeu esta quarta-feira que a TAP não tem excesso de pilotos, mesmo "considerando uma redução de atividade", numa reunião com o Boston Consulting Group (BCG), encarregado da reestruturação da companhia aérea.

Numa comunicação aos associados, a que a Lusa teve acesso, enviada esta quarta-feira após uma reunião sobre o processo de reestruturação do grupo TAP, o SPAC informa que apresentou as conclusões dos estudos realizados que "apontam para a inexistência de excesso de pilotos, mesmo considerando uma redução da actividade", tendo manifestado ser "fundamental manter um nível de pilotos que permita garantir uma retoma significativa da operação e uma massa crítica mínima da empresa que assegure a sua recuperação".

Ainda que tenha manifestado que "não considera necessário proceder à redução do número de pilotos", a estrutura sindical "declarou que devem ser criados mecanismos voluntários para se reduzir a disponibilidade de pilotos, como sejam as reformas antecipadas e as pré-reformas".

Na comunicação aos associados, o SPAC adianta que a reunião desta quarta-feira se iniciou com uma apresentação do Presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho, e do COO, Ramiro Sequeira, com o objetivo de ouvir "o SPAC sobre o processo de reestruturação e futuro da TAP".

Após a apresentação inicial, adianta, a reunião continuou apenas com o PMO ['project management office'] do processo, Miguel Malaquias Pereira, e os consultores do BCG.

O SPAC teve oportunidade de referir os aspectos cuja observação considera essencial no processo de reestruturação", referindo ter transmitido que sabe que o processo "tem grandes dificuldades pela frente, em particular a imprevisibilidade da atividade futura no actual contexto da aviação civil e, por outro, o obstáculo que se consubstancia na aprovação por parte dos órgãos da Comissão Europeia", lê-se na comunicação a que a Lusa teve acesso.

O sindicato manifestou ainda "total disponibilidade para contribuir com o seu conhecimento técnico para a definição do contingente de pilotos que irão operar as aeronaves necessárias que viabilizarão as rotas previstas na rede e no modelo de negócio da actividade futura da empresa, cuja responsabilidade pertence, em última instância, ao acionista Estado".

Como a Lusa noticiou esta quarta-feira também o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) reuniu-se com a TAP e o BCG, tendo referido na comunicação aos seus associados que não foram apresentados dados objetivos sobre o processo de reestruturação.

A BCG foi a consultora selecionada para a elaboração do plano de reestruturação da TAP, anunciou em 11 de agosto o presidente do Conselho de Administração do grupo, Miguel Frasquilho, numa carta aos colaboradores a que a Lusa teve acesso.

No seguimento da aprovação pela Comissão Europeia de um auxílio estatal à TAP, o grupo aéreo procedeu a uma consulta no mercado para selecionar uma entidade que preste serviços de consultoria, no sentido de auxiliar na elaboração de um plano de reestruturação, a apresentar à Comissão Europeia.

Queremos que este plano de reestruturação que se irá iniciar seja e se transforme num verdadeiro Plano de Recuperação da TAP”, refere, no mesmo documento, o presidente do Conselho de Administração do grupo TAP.

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