RTP: trabalhadores temem redução de pessoal - TVI

RTP: trabalhadores temem redução de pessoal

Trabalhadores da RTP em plenário (Tiago Petinga/Lusa)

Comissão de Trabalhadores saudou Projeto Estratégico, mas teme iniciativas que levem à redução de pessoal e de serviços externos

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A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP saudou esta segunda-feira «algumas intenções» do Projeto Estratégico da empresa elaborado pela nova administração, mas manifestou-se preocupada com a referência de iniciativas que levem à redução de pessoal e de serviços externos.

No dia 28 de janeiro, o Conselho Geral Independente (CGI), órgão de supervisão da administração da RTP que iniciou funções em setembro do ano passado, anunciou que tinha indigitado Gonçalo Reis (presidente), Nuno Artur silva (vogal) e Cristina Vaz Tomé (vogal com pelouro financeiro) para a nova equipa de gestão da empresa e divulgou o Projeto Estratégico.

Em comunicado esta segunda-feira divulgado, a CT da RTP «saúda algumas intenções reveladas» no Projeto Estratégico, apesar de ser «um documento muito genérico», mas «fica preocupada com a referência a programas e iniciativas que permitam a redução de custos estruturais, tanto de pessoal como de serviços externos».

Entre as intenções saudadas pela Comissão de Trabalhadores estão: «recolha dos contributos imprescindíveis dos quadros da empresa (para a elaboração de um programa de transformação da RTP), política de conteúdos diferenciadora e não concorrencial (face aos operadores privados), espetadores tidos em conta enquanto cidadãos e não consumidores, produção interna de informação, o fluxo do daytime e a cobertura de eventos» e ainda que «não deve ser a vertente comercial a definir a natureza dos conteúdos a emitir».

Do lado das preocupações, a CT aponta que «será bom que, desde já, o Conselho de Administração diga se tem em mente proceder a despedimentos ou a novos programas de 'rescisões amigáveis'».

Isto porque «face às intenções anunciadas, há uma necessidade que nos parece óbvia de encontrar fontes de financiamento para ultrapassar eventuais quebras de receitas de publicidade provocadas pelo reforço das características de serviço público na programação da televisão», adianta a CT.

A CT destaca ainda como «aspeto negativo» a «ausência de quaisquer referências à Onda Curta (rádio) e à TDT [televisão digital terrestre], e regista a confusão em relação à utilização do acrónimo RTP, sendo que umas vezes é utilizada para fazer referência à empresa Rádio e Televisão de Portugal e, outras vezes, para fazer referência ao setor da Rádio e Televisão de Portugal», considerando que é «uma confusão que é urgente solucionar».

O órgão que representa os trabalhadores da RTP adianta que aguarda agora «o anunciado Programa de Transformação da RTP, com apresentação prometida para breve».

Na semana passada, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) criticou o Projeto Estratégico pelos novos administradores que vão substituir a equipa de Alberto da Ponte na RTP.

Os trabalhadores da RTP não se reveem no Projeto Estratégico elaborado pela nova administração, disse à Lusa Paulo Mendes, dirigente do SINTTAV, adiantando que o documento revelava «pouca preparação».

A nova administração e o CGI são ouvidos na próxima quarta-feira em sede da comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação.

 
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