Análise do FMI à Grécia é «estudo interno» daquela entidade - TVI

Análise do FMI à Grécia é «estudo interno» daquela entidade

Poiares Maduro

Ministro Poiares Maduro diz que Portugal «deve ser comparado com a Irlanda», pelo prestígio e reconhecimento

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O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, disse esta quinta-feira que o assumir de falhas do FMI ao programa de resgate grego representa apenas um estudo interno da entidade e parte de uma opinião que não vincula o Fundo.

«A posição não é do FMI. Há um estudo dentro do FMI, como podem haver estudos noutras direções», comentou o ministro aos jornalistas, à margem da V conferência anual da Entidade Reguladora para a Comunicação Socia (ERC), realizada em Lisboa esta quinta-feira, escreve a Lusa.

Sobre eventuais comparações com a situação portuguesa, o governante lembrou que Portugal «deve ser comparado com a Irlanda», pelo prestígio e reconhecimento atingido com a execução do memorando de ajustamento económico.

«Não estamos a falar de um estudo do FMI, estamos a falar de uma comparação com a Grécia e não é com a Grécia que Portugal deve ser comparado», declarou Poiares Maduro.

Na sua intervenção perante uma plateia formada maioritariamente por jornalistas e profissionais dos media, o ministro sublinhou o compromisso do Governo num empenhamento sério «na melhoria da comunicação da informação que está na base das políticas públicas».

Poiares Maduro, que tutela a comunicação social, declarou ainda ser necessária uma «cultura política correspondente à democracia» alcançada em Portugal e ao futuro que se deseja para o país.

«Uma cultura política em que as ideias sejam discutidas em vez de substituídas por slogans, uma cultura política aberta e transparente», reclamou.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) esclareceu que «os erros» no primeiro resgate à Grécia devem ser avaliados no contexto de uma «crise excecional» e da urgência em atuar, considerando que, com a mesma informação, «teria feito o mesmo».

«O relatório avalia como se podiam ter feito as coisas de maneira diferente. Mas, neste momento, com a mesma informação, teríamos feito o mesmo», afirmou Gerry Rice, porta-voz do Fundo, na sua conferência de imprensa diária, respondendo às perguntas dos jornalistas sobre o documento divulgado na quarta-feira em que o FMI reconhece «falhanços notáveis» no primeiro programa de resgate da Grécia.

No entanto, Gerry Rice afirmou que «há que recordar a intensa crise da Grécia, em muitos casos sem precedentes, e que era preciso atuar rapidamente», enfatizando que «é importante avaliar o contexto».

Além disso, acrescentou, o relatório do FMI sobre o primeiro resgate à Grécia, aprovado em 2010 juntamente com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, supõe «um olhar para o passado» e que «o novo programa interiorizou as lições do primeiro».

A Comissão Europeia disse hoje «discordar fundamentalmente» de algumas das conclusões do relatório divulgado na véspera pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que reconhece «falhanços notáveis» no primeiro plano de resgate à Grécia.
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