Casa da Música acumula prejuízos em cinco anos consecutivos - TVI

Casa da Música acumula prejuízos em cinco anos consecutivos

  • PD
  • 7 abr 2017, 20:37
Um abraço à Casa da Música [LUSA]

Fundação Casa da Música registou, em 2016, um resultado líquido negativo de 1,1 milhões de euros. Perdas são mais do dobro das registadas no ano anterior

A Fundação Casa da Música registou, em 2016, prejuízos pelo quinto ano consecutivo, com um resultado líquido negativo de 1,1 milhões de euros, um agravamento de mais de 690 mil euros em relação ao ano anterior.

De acordo com o relatório e contas de 2016, a fundação explica que a evolução negativa dos resultados se deve a “quatro principais fatores”, entre eles a redução dos rendimentos relativos a mecenato e patrocínios, onde se registou uma quebra de cerca de 252 mil euros em relação ao período homólogo.

Outro dos motivos prende-se com a queda dos “apoios diretos à programação, atendendo a que a Fundação Casa da Música beneficiou, de forma significativa, de programas da União Europeia, designadamente do Programa Regional do Norte, comparativamente com 2015, ano em que beneficiou de rendimentos decorrentes da candidatura ‘Here’s to the next 10’ no valor de 457,1 mil euros”.

Já as receitas das atividades comerciais, em que se inclui o restaurante, a loja e ainda o bar do espaço, que deixou de ser concessionado e passou para a gestão da fundação, bem como a concessão a eventos externos, cresceram 23,4% em relação a 2015.

Por outro lado, os gastos de funcionamento aumentaram 8,2% face ao período homólogo, enquanto os gastos com pessoal desceram 0,1%.

Inversão de resultados

O Conselho Fiscal deu parecer positivo às contas de 2016, mas destacou o “desvio face ao orçamentado de 472 mil euros” que levou a um quinto ano consecutivo com prejuízo. Por isso recomenda que “o Conselho de Administração implemente as medidas necessárias para que esta tendência possa ser invertida”.

A fundação procurou “encontrar formas de financiamento alternativo ao financiamento do Estado Português”, entre elas a exploração de oportunidades de obtenção de fundos europeus, através do Programa Norte2020, ao qual foram apresentadas três candidaturas.

Outras medidas apontadas visam a aposta na estratégia de ‘marketing’ e comunicação e um aumento da programação extra, para aumentar a regularidade de eventos e “retirar mais benefícios económicos”.

Para equilibrar as contas, o esforço da Casa da Música levará, em 2017, a “um esforço suplementar de todas as partes comprometidas com o projeto, designadamente do público, que sentirá a subida considerável e generalizada dos preços dos bilhetes”, ainda que destaque os descontos para jovens em concertos de música erudita.

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