Dívida atira Portugal para mapa de risco político - TVI

Dívida atira Portugal para mapa de risco político

País sofre dois riscos: o de incumprimento da dívida e o da ocorrência de fenómenos de violência pública. E pode ir pelo mesmo caminho da Grécia

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É a primeira vez em dez anos que isto acontece. Portugal entrou para o mapa de risco político, por causa das ameaças de greves, de motins e de comoção civil, mas também por causa do incumprimento da dívida soberana.

«Embora tenha mantido o mesmo rating - aquele que indicia o mais baixo patamar de risco - pela primeira vez foram especificados dois riscos específicos, nomeadamente, o de incumprimento da dívida soberana e o de ocorrência de fenómenos de violência pública», disse à Lusa o director geral da Aon Risk Solutions, Pedro Penalva, responsável por um estudo daquela empresa a que a Lusa teve acesso.

«Portugal é um dos países que surge pela primeira vez na história do 18.º Mapa de Risco Político, dada a conjuntura actual em comparação com outros anos».

A explicação

O legado da recessão mundial, a recente crise da dívida soberana, os desenvolvimentos ocorridos na Grécia neste domínio e o consequente risco de contágio são factores que contribuíram para atirar Portugal para a lista dos países em risco, num universo composto por mais de 211 países a nível mundial.

As conclusões do estudo referem-se ainda ao ano de 2010, mas o certo é que as greves e o descontentamento continuam e Portugal entrou mal em 2011, estando agora nos braços do FMI.

Este trabalho resulta de uma avaliação da AON em conjunto com diversas entidades, como universidades, agências de rating, seguradoras e bancos de investimento.

Como dar a volta por cima?

«Para promover o crescimento, a competitividade, a coesão e a robustez da economia portuguesa é fundamental que a execução orçamental em 2011 seja eficiente de forma a que se criem novas plataformas e estruturas que tornem o país um alvo de interesse por parte dos investidores estrangeiros, e dos grandes grupos privados», alerta o mesmo estudo.

A Aon mediu o risco político de 211 países e territórios, baseado em inúmeros indicadores, designadamente impossibilidade de conversão de moeda e transferência de dinheiro, greves, motins e comoção civil, guerra, guerra civil, não pagamento da dívida soberana, interferência política, quebra na cadeia de abastecimentos e riscos legais e regulatórios.

O Mapa de Risco Político da Aon avalia os países numa escala de seis pontos, que compreende um intervalo que vai de risco reduzido a risco muito elevado. Uma redução nos indicadores significa que a severidade do risco cresceu, enquanto o seu aumento representa um risco menos grave.

Em reacção, o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) considera que o risco de motins em Portugal é reduzido, mas admite que

pode aumentar se a situação económica e social se agravar.
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