​FMI não acredita que Portugal cumpra meta do défice em 2015 - TVI

​FMI não acredita que Portugal cumpra meta do défice em 2015

Na primeira avaliação pós-programa a Portugal, a instituição pede mais reformas estruturais ao Governo e contenção nos gastos com salários e pensões

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O Fundo Monetário Internacional não acredita que Portugal consiga atingir um défice abaixo dos 3% este ano, tal como está previsto no Orçamento do Estado para 2015.

Naquela que é a primeira avaliação pós-troika, a instituição refere que com as atuais políticas, o défice ficará nos 3,4%, ao invés dos 2,7% projetados pelo Governo.

Apesar da queda dos preços do petróleo, o relatório aponta riscos negativos que ameaçam a recuperação da economia. Para o FMI a forma de os combater é mantendo as reformas estruturais.

O FMI afirma que o país enfraqueceu o ímpeto reformador e pede que o Governo se esforce para introduzir mais medidas estruturais para reorientar a economia no sentido de ter mais investimento e exportações, para que consiga chegar ao crescimento sustentável.

Uma vez mais sublinha a necessidade de «mitigar» os riscos fiscais a médio prazo, decorrentes da decisão do Tribunal constitucional de chumbar os cortes nos salários da Função Pública, nomeadamente contendo os gastos com os salários e pensões. E considera que Portugal deve adiar a reversão total dos cortes nos salários e pensões, até que os esforços de consolidação estejam concluídos. 

A instituição acrescenta a «necessidade de manter a consolidação fiscal através de um caminho firme, monitorizando os desenvolvimentos e estando preparados para ajustar a estratégia». E aproveita para deixar um alerta: o aumento do salário mínimo pode penalizar trabalhadores

Relativamente ao setor da banca, o FMI aplaude o resgate do BES e a criação do Novo Banco, ao mesmo tempo que sublinha que a «reestruturação e venda do Novo Banco deverá servir para preservar a estabilidade financeira, ao mesmo tempo que deve salvaguardar as finanças públicas».

Relativamente à restante banca, o relatório refere a necessidade de os bancos manterem práticas «robustas» de gestão de risco e pede um reforço das competências de supervisão tanto do Mecanismo Único de Supervisão como do Banco de Portugal, para ajudar a travar riscos excessivos.

Esta manhã, no Parlamento, e antes de ser conhecido o relatório, Passos Coelho dizia que o FMI ia «apontar para uma realidade que não existe». «A Comissão Europeia revelou o seu relatório em dezembro, o FMI vai fazê-lo agora. Vai evidentemente apontar para uma realidade que não existe, que é a da dúvida se nós temos condições para atingir um objetivo que atingimos», afirmou o chefe de Governo.

 
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