Santos Ferreira: «Não esperem subida dos juros para poupar» - TVI

Santos Ferreira: «Não esperem subida dos juros para poupar»

Dinheiro

Estar à espera que «a poupança seja produzida pelo aumento da taxa de juro do depósito é uma ideia rústica», acredita o presidente executivo do Millennium bcp

O presidente executivo do BCP foi esta terça-feira ao hotel Sheraton, em Lisboa, para chamar a atenção para a quebra dos níveis de poupança dos portugueses. Contas feitas, em 2009, o valor da poupança no rendimento bruto disponível nacional atingiu 8,8%, o valor mais baixo de, pelo menos, os últimos dez anos.

«Não estejam à espera que a poupança seja produzida pelo aumento da taxa de juro do depósito. Isso é uma ideia rústica. A última coisa que o país precisa é de bancos que não sejam rentáveis», disse Carlos Santos Ferreira, no VIII Fórum Banca e Mercados de Capitais.

«Medidas de austeridade são suficientes»

«PEC deve ser ajustado à exigência dos mercados»

Para o banqueiro, é preciso, isso sim, que o país desenvolva hábitos de poupança, perante o «esforço de aumento de prazos das aplicações» e das «campanhas comerciais para produtos de poupança» levadas a cabo pela banca.

«Banca precisa de mais apoios do Estado»

A banca que precisa, defende Nuno Amado, presidente do Santander Totta, de mais apoios do Estado e que não constam no Orçamento do Estado.

A responsável pela crise? As agências de «rating»

E o presidente do Totta, apresenta as suas soluções para o sector financeiro perante a actual crise: «É que preciso que os bancos tenham uma apetência para o risco equilibrada», o que pode originar «mesmo a diminuição do crédito».

Uma ideia, aliás, defendida também por Fernando Ulrich, líder do BPI, que, na mesma conferência, voltou a avisar: «Acabou a época do crédito fácil e barato. O acesso ao crédito vai ser cada vez mais exigente».

Por isso, o BPI define prioridades ao acesso ao crédito: «PME e crédito à habitação. Mesmo que hajam projectos interessantes, nestas circunstâncias do mercado, vão ficar claramente atrás daquelas duas prioridades».

«Ter uma posição líquida mais forte, melhores rácios de capital, aumentar as margens de empréstimos e supervisores mais intrusivos», são outras das iniciativas que devem ser levadas a cabo pela banca segundo Nuno Amado.
Continue a ler esta notícia