Luz mais cara: interprete a fatura, para saber se vale a pena mudar - TVI

Luz mais cara: interprete a fatura, para saber se vale a pena mudar

  • VC com Lusa
  • 28 dez 2017, 13:26
Eletricidade

Deco alerta consumidores para a necessidade de comparar os preços da eletricidade no mercado livre e ter atenção às várias componentes da fatura

Com a notícia de que os preços da luz vão aumentar para mais de quatro milhões de famílias que estão no mercado livre da energia, a Deco veio reforçar o alerta para a necessidade de comparar preços e ter atenção às várias componentes da fatura, que podem fazer subir o valor a pagar. Se o fizer, poderá decidir em consciência se vale a pena mudar de comercializador. 

Os valores que estão a ser comunicados aos clientes do mercado livre, pela EDP Comercial, apontam para ligeiras reduções nos consumos e, nalguns casos, para aumentos no valor a pagar pela potência contratada que podem chegar aos 35%. A jurista da Deco Carolina Gouveia sublinha que “é preciso ter atenção às várias componentes da fatura e comparar para ver o que é mais adaptado a cada caso”, disse à Lusa.

A descida que pode ser sentida no mercado livre diz respeito apenas à tarifa de acesso às redes, que é uma pequena componente do que se paga no final. Os comercializadores no mercado livre têm liberdade para definir os preços e as empresas podem estar a alterar os preços para cima, em vez de ser para baixo”.

Para uma potência contratada simples (3,45 Kva), a EDP Comercial comunicou aos consumidores alterações que podem fazer subir até aos 35% a partir de janeiro o valor a pagar por dia. Esta variação é substancialmente superior à redução comunicada para o consumo (energia simples), outro dos itens da fatura paga pelo consumidor.

“Neste caso, os consumidores que queiram fazer a avaliação da sua fatura e da tarifa adequada devem fazer uma simulação", aconselha a jurista. Podem utilizar simuladores da Deco, da ERSE (Entidade Reguladora) ou da ADENE – Agência para a Energia para esse efeito.

Com a fatura na mão, e vendo o consumo, os consumidores colocam os dados e procuram qual o comercializador com as tarifas mais adequadas para si e com o valor mais baixo”.

Atente na potência contratada, porque pode ser elevada demais para o seu caso: “Posso ter uma casa em Lisboa, onde habito na maior parte do tempo, com uma tarifa de uma empresa que é mais barata, e uma segunda habitação, no Alentejo ou Algarve, por exemplo, com outra empresa a apresentar tarifas mais baratas para este caso”, exemplifica Carolina Gouveia.

A partir de janeiro, os comercializadores do mercado livre vão poder disponibilizar um tarifário diferente, equiparado ao do mercado regulado. “Não é obrigatório ter este tarifário, é uma possibilidade, mas se o consumidor perguntar ao seu comercializador e este tarifário não for disponibilizado, pode-se mudar e fazer novamente contrato com o mercado regulado, se chegar à conclusão que é o mais adequado para si”.

Quem não quiser aceitar a atualização de 2,5% comunicada pela EDP Universal, pode sempre mudar de operador no mercado livre ou regressar ao mercado regulado. Tem 14 dias para o fazer. 

Embora, a 15 de dezembro, o regulador da energia tenha comunicado uma descida do preço em 0,2% a partir de janeiro, isso diz respeito apenas ao mercado regulado. A verdade é que a maior parte dos consumidores está já no mercado livre, onde os preços podem - e no caso dos clientes da EDP Universal vão mesmo - subir.

O essencial, segundo a Deco, é “não tomar decisões precipitadas, procurar sempre fazer uma simulação para cada caso e encontrar a tarifa mais adequada”.

 

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