Preço médio da gasolina e gasóleo "em máximos de dois anos" - TVI

Preço médio da gasolina e gasóleo "em máximos de dois anos"

  • Henrique Magalhães Claudino
  • Atualizada às 10:54
  • 14 jul 2021, 10:40

Relatório da Entidade Nacional para o Setor Energético revela que as margens das gasolineiras aumentaram durante a pandemia

Os preços médios de venda ao público estão em máximos de dois anos em todos os combustíveis, revela um relatório da Entidade Nacional para o Setor Energético, sublinhando que a subida é mais justificada pelo aumento dos preços antes dos impostos e das margens, do que do aumento da fiscalidade.

De acordo com um relatório apresentado esta quarta-feira, a Entidade constata que a margem média anual foi superior à média registada em 2019 e destaca que, durante os meses críticos da pandemia, "os preços médios de venda ao público desceram a um ritmo claramente inferior à descida dos preços de referência".

"As margens dos comercializadores atingiram, assim, em 2020, máximos do período em análise. Na gasolina, com 36,8 cêntimos por litro (cts/l), a 23 de março; e no gasóleo, com 29,3 cts/l, a 16 de março", afirma o relatório que apresenta o estudo "análise da evolução dos preços de combustíveis em Portugal".

 

 

Margem na Gasolina Simples/ ENSE 

 

Esta análise relata ainda que, na quarta-feira, 30 de junho 2021, a margem apurada sobre a gasolina era superior à margem média praticada em 2019 em 0,069€ (ou +36,62%).

No caso do gasóleo, a margem no último dia do mês de junho era 0,01€ superior à média do ano de 2019 (ou +5.08%).

 

Margem no Gasóleo Simples/ ENSE

 

 

Por outro lado, a Apetro - Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas tem vindo a atribuir o nível atual de preços nos combustíveis, superior a 2008, ainda que a cotação do petróleo seja inferior, à incorporação de biocombustíveis e à elevada carga fiscal.

Especula-se bastante porque é que estando a cotação do petróleo e dos refinados muito abaixo dos valores de pico de 2008, os preços de venda nas bombas são superiores a esse período”, diz a Apetro, numa nota enviada hoje.

A associação conclui, dessa forma, que “a explicação para o aumento do preço está no sobrecusto da incorporação de biocombustível e sobretudo na carga fiscal" (ISP - Imposto Sobre Produtos Petrolíferos e ao IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado).

 

"Não há gota para esta palhaçada”

A apresentação do relatório surge após, no domingo, várias dezenas de pessoas terem-se manifestado pelas ruas de Lisboa contra o preço dos combustíveis, com a organização a considerar a situação “insuportável e insustentável” para o país e a exigir uma redução dos valores.

Gritando palavras de ordem como “o Estado que mente põe a gente doente”, “nós só queremos os impostos a baixar”, “a gasolina está cara”, "chega de valores abusivos", "isto é um assalto" ou “Governo baixa o gasóleo”, os manifestantes saíram da Praça do Saldanha até ao Marquês de Pombal e desceram a Avenida da Liberdade, em direção ao Rossio.

Uma faixa cor de vinho, em que se lia “Não há gota para esta palhaçada”, encabeçava a coluna de manifestantes a pé, seguida por outros tantos que se faziam transportar de mota, acompanhados de perto pela PSP.

À sua frente, o camião negro da organização, que entoava as palavras de ordem repetidas pelos manifestantes, agitava bandeiras, entre as quais do Movimento Cumprir Portugal.

Em declarações à agência Lusa quando a comitiva passava no Marquês de Pombal, Tomé Cardoso, da organização, explicou que a manifestação estava a “decorrer muito bem”, tendo uma “grande adesão”.

O representante frisou que os manifestantes protestam contra os elevados preços dos combustíveis, salientando que não vão parar até terem uma resposta do Governo.

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